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Deus: uma ideia

Pablo Diego Barros de Jesus | 11/04/2022 14:40

O ser humano, desde o momento em que seu cérebro começou a se desenvolver e lhe proporcionar o que se chama de inteligência, tem procurado dar sentido a sua razão de viver. Há milhares de anos, o homem não era capaz de entender sua posição no planeta. Um raio luminoso ou um trovão estrondoso, por séculos, foram interpretados como sinal de alguma divindade.

Na mente dos nossos antepassados, não seria possível a espécie humana existir sem um propósito ulterior à vida terrena. Como consequência dessa ideia, teria de haver um ser supremo que estivesse regendo o universo.

Desprovidas de informações baseadas na ciência, as pessoas acreditavam em fatos supersticiosos e em alegações mirabolantes. A tradição oral impulsionou a difusão de lendas mitológicas e histórias improváveis. Por muitas gerações, o conhecimento limitado do ser humano permitiu o florescimento de diversas religiões. Não havia contraponto argumentativo ante dogmas religiosos uma vez que o conhecimento científico era restrito e incipiente.

Ademais, num contexto de falta de acesso à informação e necessidade de imposição de ideias como forma de dominação territorial, social e política, a crença em divindades cresceu de forma exponencial.

Inobstante isso, o advento da era do conhecimento, no século passado, proporcionou uma revolução na forma como o ser humano entende o mundo a sua volta. Hoje, com recursos tecnológicos disponíveis, não é crível supor que a Terra seja o centro do universo. De igual maneira, os pilares da narrativa religiosa criacionista foram duramente atingidos devido à difusão de informações a nível global.

Dogmas religiosos, antes considerados sagrados e irrefutáveis, hoje não mais possuem o condão de convencer uma plateia minimamente esclarecida. A fé, que outrora conquistou o coração e a mente de milhões de incautos, hoje não resiste ao teste de uma simples evidência científica.

É alegado, pela visão teísta, que a vida no universo não seria possível sem um criador celestial. Mas as evidências disponíveis sugerem justamente a inexistência de um deus interventor e criador de todas as coisas.

Deus, se existisse, tem características de um ser inexistente, pois é invisível, imaterial, inacessível, intocável, imperceptível, incomunicável, inexaminável e improvável.

Em derradeiro, não se pode olvidar que o ser humano, continuamente, ainda busca entender o sentido da vida, assim como nossos antepassados. Mas, diferentemente de nossos ancestrais, nos dias de hoje a humanidade possui uma série de recursos, informações e conhecimentos que permitem distinguir histórias mitológicas de fatos e acontecimentos comprováveis.

Em um futuro não tão distante, chegará o dia em que a ideia de algum deus não sobreviverá mais na mente de nenhum ser humano que ouse questionar, duvidar, perguntar, testar e raciocinar.

Pablo Diego Barros de Jesus (*) tem 37 anos, é bombeiro militar em Nova Andradina, ateu e curioso por natureza.

O artigo não reflete, necessariamente, o posicionamento do jornal.

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