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Dia do amigo

Por Júlia Cerejo (*) | 20/07/2024 08:30

De acordo com o Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa, a palavra amigo é oriunda do latim amicu e significa “que é ligado a outrem por laços de amizade”; a palavra amizade, também com origem do latim amicitate, designa “sentimento fiel de afeição, apreço, estima ou ternura entre pessoas”. No Brasil, os dias 18 de abril e 20 de julho costumam ser reservados para celebrar o Dia do Amigo, mas a comemoração da data é antiga e ocorre ao redor do mundo.

Em 1958, o médico paraguaio Ramón Artemio Bracho criou a Cruzada Mundial de la Amistad (CMA). De acordo com o livro História da Ponte Internacional da Amizade, o objetivo do fundador era “promover o valor da amizade suscitando em uma sociedade mais pacífica, superando diferenças culturais, políticas e religiosas”.

O contexto para a criação da campanha ocorreu em um período pós-guerras mundiais, e no país de Ramón, Paraguai, ocorria o governo autoritário do militar Alfredo Stroessner, que perdurou por 34 anos. Todo ano eram organizadas caminhadas em defesa da amizade, e logo o dia 30 de julho foi elegido como Dia da Amizade.

Décadas após, durante Assembleia Geral das Nações Unidas, em 27 de abril de 2011, a data sugerida para celebrar o Dia Internacional da Amizade foi 30 de julho. Conforme o livro International Friendships: The Interpersonal Basis of a Worldwide Community, entre as finalidades estavam a promoção da relevância da amizade a comunidade, e a consciência que a amizade pode inspirar esforços para a paz na sociedade.

A origem de 20 de julho como Dia do Amigo e Amizade foi ideia do dentista argentino Enrique Ernesto Febbraro, aponta o livro El buscador incansable. Na mesma data, em 1969, inspirado ao acompanhar o homem ir à lua pela primeira vez, decidiu enviar mil cartas para pessoas ao redor do mundo, recebeu 700 devolutivas.

A criação de uma data reservada para comemorar a amizade surgiu de forma assíncrona, mas é possível analisar que possuíam um caráter político com foco em estabelecer uma convivência pacífica entre a sociedade. Os períodos mudaram, e os conflitos também, em diversos países ocorrem guerras que inserem os povos em situações de calamidade. As gerações que crescem sob as incertezas causadas pelos conflitos armados são expostas à extrema violência, e compelidas a conviverem com a barbárie.

Em 2022 o chefe da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, em discurso a respeito do conflito entre Ucrânia e a Rússia afirmou que “o nosso mundo está enfrentando a maior crise global de paz e segurança dos últimos anos”. Desde 2011 acontece a Guerra Civil da Síria, em abril de 2023 se iniciou o conflito armado no Sudão, e meses depois, em outubro, começou a guerra entre Israel e Palestina. Todos os casos citados se estendem até a atualidade e geram a destruição na vida da população.

Para celebrar o Dia do Amigo e Internacional da Amizade nesses tempos, diante das situações experienciadas no mundo, é relevante retomar o ideal que serviu como base para o nascimento da comemoração. O cultivo da paz entre os povos, respeito às diferenças históricas, culturais e a compreensão que uma relação amigável e duradoura é essencial para o estabelecimento da harmonia.

(*) Júlia Cerejo é estudante de jornalismo da Universidade de Brasília e ex-estagiária da Secom/UnB. Atualmente, atua na EBC.

Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do portal. A publicação tem como propósito estimular o debate e provocar a reflexão sobre os problemas brasileiros.

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