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Ferramentas de análises de dados e o resultado das eleições

Por Paulo Henneberg (*) | 25/07/2018 12:50

As eleições presidenciais estão se aproximando e o cenário brasileiro ainda é muito incerto. Essa é a época em que os institutos de pesquisa trabalham a todo o vapor para tentar prever os resultados, mas o cenário do processo desse ano no Brasil é um desafio. Com muitos candidatos na disputa e a confiança do eleitor brasileiro abalada, as intenções ficam pulverizadas e difíceis de prever com as pesquisas tradicionais.

As pesquisas de opinião fazem sucesso por aqui. Nas eleições para presidente de 2014, segundo o Tribunal Superior Eleitoral, foram registradas em torno de 2.429 pesquisas de intenção de voto e boca de urna de vários institutos. No Brasil, poucas vezes os resultados das eleições não seguiram as tendências apontadas nas consultas ao público.

Porém, olhando para a última eleição presidencial dos Estados Unidos – quando, aparentemente as pesquisas apontavam a vitória de Hilary Clinton – vemos que cada vez mais, o eleitor está pulverizado em muitas opiniões sobre diversas frente de trabalho dos candidatos. Em um artigo de Hu Yoshida, CTO Global da Hitachi Vantara, sobre o que os dados tinham a dizer sobre as eleições presidenciais dos EUA, ele chega a dizer que, na verdade, o que estava errado naquelas ditas predições era que os dados foram coletados e interpretados com um envolvimento emotivo.

Fato é que, muitas vezes as pesquisas têm falhado ao apontar os vencedores das eleições, ou até mesmo um cenário confiável para realizações de novos turnos pois os dados estão sendo interpretados de forma independente – sendo que, com a inteligência de análises de dados atual deveria juntar pesquisas pró e contra determinados candidatos, para efetivamente interpretar um resultado. Vide a última eleição para a Prefeitura de São Paulo, em que todos os prognósticos apontavam o segundo turno entre o então atual prefeito e o candidato que acabou sendo eleito. Só que no primeiro turno, com larga margem. Diante disso surge a pergunta: será que os métodos utilizados são superficiais e não mostram a verdadeira intenção das pessoas? Se sim, como é possível realizar pesquisas mais acuradas e conseguir previsões melhores?

Uma boa solução pode ser não apenas perguntar em quem as pessoas irão votar, mas analisar seus comportamentos e reações a diferentes abordagens. Uma pessoa com tendências progressistas, por exemplo, não receberia bem uma notícia sobre privatizações. Ao explorar essas respostas, é possível entender bem mais sobre o comportamento do eleitor do que por uma simples enquete.

Há um outro ponto importante. Além das pesquisas terem de ser melhor analisadas, a Lei Geral de Proteção de Dados, aprovada pelo Senado, obrigará os pesquisadores a repensar suas estratégias para chegar aos resultados. Com ela, para utilizar dados coletados em pesquisa, é necessária a permissão das pessoas envolvidas, por meio de um termo de adesão no qual concordam em fornecer as informações.

Mais do que nunca, então, a tecnologia passa a ter um papel importante - ela estará presente na coleta de diferentes informações – especialmente autorizações para uso de dados - e também agilizará os métodos de pesquisa, organizando e estruturando os dados coletados de diferentes plataformas, e, consequentemente, criando uma amostragem mais precisa.

Ferramentas de integração e análise de dados já existentes no mercado, como o Pentaho, da Hitachi Vantara, são bons exemplos de soluções que permitem entender além do que é dito. Com elas, já é possível compreender o comportamento do eleitor de forma mais precisa, especialmente em momentos políticos como os de hoje, difíceis e instáveis. Nesse cenário, a tecnologia nos ajudará a não somente a prever, mas também a antecipar comportamentos e entender as necessidades do eleitor, contribuindo para a o exercício da democracia do nosso país.

(*) Paulo Hanneberg é executivo da Hitachi Vantara 

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