Hai Kai - Inventando Moda
Assistindo ao trabalho escolar do meu neto Eduardo Cabral, tive minha atenção despertada para o que ele estava apresentando: o hai kai, que é um tipo de poema curto de origem japonesa, bastante diferente, porque sua forma e disposição na página diferem do modelo literário tradicional.
Hai kai é um vocábulo composto por duas palavras da língua japonesa: hai, brincadeira, gracejo; e kai, harmonia, realização. O poema se constitui de dois elementos: concisão e objetividade.
O modelo tradicional japonês possui uma estrutura específica composta por três versos, formados por 17 sílabas poéticas na forma 5-7-5. Embora seja essa sua estrutura original, o hai kai foi se modificando com o tempo. Alguns escritores não seguem esse padrão. No Brasil, destacaram-se como representantes do hai kai, Millôr Fernandes, Paulo Leminski e Guilherme de Almeida, entre outros. O que se observa é que o padrão original, foi sendo abandonado e a criatividade de cada um criou um hai kai brasileiro, se assim podemos definir.
Na busca da minha identidade interior, já encontrei em mim, rastros de três etnias, judaica, árabe e japonesa. Daí ter sentido uma afinidade imediata com o hai kai. O que despertou em mim a vontade de também cometer os meus próprios hai kais.
Aí vai a minha primeira produção:
Começando a inventar moda
Aprendendo com hai kais
Pra variar o assunto.
O sabiá já está cantando
É sinal que está namorando
Cantemos o amor.
A primavera chegou
Com ela as flores e o amor
Amemos todos.
Hoje choveu muito
Foi aguaceiro pra todo lado,
Molhou tudo.
A felicidade é um tema
Que galvaniza os pensamentos
E sentimentos do ser humano.
Todos buscam uma definição
Para a felicidade no tempo
E no espaço.
Felicidade busca incessante,
É mutável, varia muito
Depende de cada um.
Felicidade como tudo
Depende da evolução e entendimento
De cada um.
Felicidade na minha caminhada,
Aspiração da minha existência,
Ao longo da minha estrada.
Beleza é fundamental,
Não é somente uma cara bonita,
Que se manifesta num sorriso.
Felicidade é acima de tudo,
A alegria de viver, sorrindo sempre
Um tom de voz e um abraço.
Na vida não há
Recompensa nem há punição,
Apenas consequências.
Hoje, eu fico por aqui.
Heitor Rodrigues Freire é corretor de imóveis e advogado.
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