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Idosos: o perigo da queda no dia a dia

Por Cristiane Lang (*) | 17/01/2025 08:27

As quedas em idosos são uma das principais causas de hospitalização, perda de qualidade de vida e, em casos graves, até óbito. Embora possam parecer eventos corriqueiros, tropeçar em um tapete ou escorregar ao pegar algo no chão pode ter consequências severas nessa faixa etária. Pequenos incidentes, como quedas durante tarefas simples em casa, carregam um risco elevado devido a fatores como fragilidade óssea, redução da mobilidade e recuperação mais lenta.

Por que quedas são tão perigosas para os idosos?

    1.    Fragilidade óssea: Com o envelhecimento, ocorre a perda de densidade óssea, aumentando o risco de fraturas, especialmente no fêmur, quadril e punho. Uma queda que poderia ser inofensiva para alguém mais jovem pode levar a fraturas graves em idosos.

    2.    Recuperação lenta: O processo de cicatrização e recuperação em idosos tende a ser mais demorado. Uma fratura pode exigir meses de repouso, impactando diretamente a mobilidade e a independência.

    3.    Complicações secundárias: A imobilização decorrente de uma queda pode desencadear problemas como trombose, pneumonia e perda de massa muscular, além de aumentar o risco de depressão e isolamento social.

    4.    Impacto psicológico: Além das consequências físicas, as quedas podem gerar medo de novos acidentes, levando o idoso a evitar atividades simples e reduzir ainda mais sua autonomia.

Situações comuns que levam a quedas em casa

    •    Tropeços em tapetes ou fios: Pequenos obstáculos no chão representam riscos significativos. Um fio solto ou um tapete dobrado pode ser o suficiente para provocar uma queda.

    •    Escorregões em pisos molhados: A cozinha e o banheiro são áreas de alto risco. Um pequeno descuido ao lavar o chão ou ao sair do banho pode resultar em quedas perigosas.

    •    Falta de iluminação adequada: Ambientes mal iluminados dificultam a percepção de obstáculos, especialmente à noite.

    •    Subir em cadeiras ou bancos: Atitudes como pegar um objeto em um armário alto podem facilmente resultar em desequilíbrio e queda.

    •    Ausência de apoio: Banheiros sem barras de segurança ou escadas sem corrimão são armadilhas comuns.

Prevenção: como tornar o ambiente mais seguro?

    1.    Adequação da casa:

    •    Remova tapetes soltos ou fixe-os com fita adesiva.

    •    Organize fios elétricos para que fiquem fora das áreas de circulação.

    •    Use pisos antiderrapantes, especialmente em banheiros e cozinhas.

    •    Instale barras de apoio em banheiros, próximo ao vaso sanitário e no box.

    2.    Iluminação:

    •    Garanta boa iluminação em todos os cômodos e instale luzes noturnas nos corredores e quartos.

    3.    Mobilidade e equilíbrio:

    •    Incentive o uso de calçados antiderrapantes dentro de casa.

    •    Ofereça apoio para tarefas que exigem alcançar lugares altos, evitando que o idoso suba em bancos ou cadeiras.

    4.    Fortalecimento físico:

    •    Incentive a prática de exercícios que melhorem o equilíbrio, como pilates ou alongamentos leves.

    •    Avalie a necessidade de fisioterapia preventiva para fortalecer os músculos e articulações.

    5.    Avaliação médica regular:

    •    Realize check-ups frequentes para identificar problemas de visão ou audição, que podem comprometer o equilíbrio.

    •    Monitore o uso de medicamentos que possam causar tontura ou sonolência.

O impacto de uma queda na vida do idoso

As consequências de uma queda podem ser devastadoras. Estudos mostram que uma fratura de quadril, por exemplo, pode limitar a mobilidade de forma permanente em até 50% dos casos, dependendo da idade e da saúde geral do paciente. Além disso, há o impacto emocional: muitos idosos desenvolvem uma espécie de “síndrome do medo de cair”, que os leva a se isolar ou evitar atividades que antes eram rotineiras, comprometendo sua qualidade de vida.

O papel da família e da sociedade

Prevenir quedas é uma responsabilidade coletiva. A família pode ajudar adequando o ambiente doméstico e incentivando a autonomia segura do idoso. Já a sociedade, por meio de políticas públicas, pode oferecer programas de conscientização, acesso a fisioterapia preventiva e subsídios para reformas de acessibilidade em residências.

As quedas podem transformar drasticamente a vida de um idoso e de sua família. Pequenas ações preventivas, como reorganizar a casa, incentivar exercícios e realizar avaliações médicas, podem fazer toda a diferença. Lembre-se: prevenir é sempre mais eficaz e menos custoso do que remediar. Afinal, proporcionar segurança é um ato de cuidado e amor que garante a longevidade com qualidade.

(*) Cristiane Lang é psicóloga clínica, especialista em Oncologia pelo Instituto de Ensino Albert Einstein de São Paulo.

 

Os artigos publicados com assinatura não traduzem necessariamente a opinião do portal. A publicação tem como propósito estimular o debate e provocar a reflexão sobre os problemas brasileiros.

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