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Política

Fala de parlamentares contrasta com silêncio do PT sobre deixar base de Riedel

Nota da Executiva evita romper com o governo mesmo após críticas duras à defesa da anistia

Por Lucas Mamédio | 07/04/2025 19:45
Fala de parlamentares contrasta com silêncio do PT sobre deixar base de Riedel
Deputada Gleice Jane e Zeca do PT durante sessão da Assembleia (Foto: Divulgação/Alems)

As reações públicas de lideranças do PT em Mato Grosso do Sul à declaração do governador Eduardo Riedel (PSDB), favorável à anistia dos réus dos atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023, podem soar desconectadas da posição institucional adotada pelo partido. Enquanto alguns parlamentares apontaram a necessidade de romper com o governo estadual, a nota divulgada pela Executiva Estadual nesta segunda-feira (8) não menciona qualquer movimento nesse sentido.

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A declaração do governador Eduardo Riedel (PSDB) sobre anistia aos réus dos atos antidemocráticos de 8 de janeiro gerou reações no PT de Mato Grosso do Sul. Enquanto parlamentares como Gleice Jane defendem o rompimento com o governo, a Executiva Estadual do PT emitiu nota crítica, mas sem mencionar saída da base governista. O partido, que ocupa cargos no governo desde 2023, enfrenta pressão interna e externa, especialmente com a aproximação das eleições de 2026 e a associação de Riedel a lideranças da direita, como Jair Bolsonaro.

A reação começou após publicação feita por Riedel no domingo (7), em que o governador defendeu “anistia parcial” aos condenados pelos atos, alegando “caráter humanitário” em alguns casos e cobrando do Congresso a votação da proposta. O conteúdo foi divulgado ao lado de fotos com a senadora Tereza Cristina (PP) e o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), ambos aliados de Jair Bolsonaro (PL).

No mesmo dia, a deputada estadual Gleice Jane (PT) defendeu abertamente o rompimento. “Reafirmo minha posição de que o PT não pode mais compor este governo”, escreveu.

O deputado estadual Zeca do PT (PT) também repudiou a fala do governador, mas não vê motivo para saída imediata. "Ele que nos ofereceu, reconhecendo o papel que o PT teve na eleição dele. Se não for apoio do PT, ele não ganhava do pior, que era o candidato do Bolsonaro. Portanto, é um reconhecimento e não temos porque abrir mão disso. Se ele quiser, ele que nos tire”, afirmou.

Nota não cita rompimento - A Executiva Estadual do PT divulgou nota em que manifesta “total oposição” à manifestação de Riedel. O texto cita o apoio do partido ao governador no segundo turno de 2022 e cobra coerência política. Apesar do tom crítico, o documento não aponta para um rompimento ou retirada imediata da base governista.

“O PT de Mato Grosso do Sul reafirma o seu compromisso histórico e programático com a democracia, e qualquer caminho que não aponte para esse objetivo não contará com nosso apoio”, afirma a nota, que condiciona futuras decisões ao diálogo com a direção nacional e o núcleo político do governo federal.

Fala de parlamentares contrasta com silêncio do PT sobre deixar base de Riedel
Eduardo Riedel (PSDB), ao lado de Tarcísio de Freitas (Republicanos), em foto publicada nas redes sociais. (Foto: Reprodução/Instagram)

Espaço do PT no governo - Até aqui, o PT segue com participação em áreas da gestão estadual. A entrada do partido na base foi formalizada no início de 2023, com a ocupação de cargos em estruturas estratégicas do governo. A manutenção dessas indicações pode ajudar a explicar o tom mais institucional da Executiva, em contraste com declarações da base parlamentar.

Pressão deve crescer - Nos bastidores do governo a presença do PT tem sido vista como elemento objeto de tensão. A proximidade das eleições de 2026 tende a ampliar essa pressão.

Um dos caminhos cogitados é que o próprio governador conduza uma saída gradual e negociada do partido, evitando rompimentos explícitos. Outra possibilidade seria a substituição direta dos indicados do PT, caso o partido insista em permanecer.

Com a imagem de Riedel cada vez mais associada a lideranças da direita nacional, inclusive com presença em palanques ao lado de Jair Bolsonaro, a continuidade da atual composição administrativa pode se tornar insustentável politicamente.

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