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Parada Gay no calendário de eventos do município

Por Carlos Osmar Trapp (*) | 09/09/2017 09:17

No dia 10 de agosto passado, foi votado na Câmara Municipal da nossa Capital, o Projeto de Lei de número 8613, que instituiu “oficialmente no calendário de eventos do Município de Campo Grande, MS, a ‘Parada da Cidadania LGBT e Show da Diversidade’”. O placar foi apertado, ou seja, 13 a 12, sendo que o “voto minerva” foi dado pelo vereador Cazuza, que estava presidindo a Sessão.

Os autores do Projeto de Lei foram os vereadores Eduardo Romero (REDE) e Valdir Gomes (PP), que pediram regime de urgência para aprovar o Projeto, nem dando oportunidade para uma discussão ampla do assunto.
Romero, no dia da votação, para justificar a aprovação do Projeto, citou a Marcha para Jesus, que acontece a cada ano, por ocasião do aniversário de Campo Grande, 26 de agosto. Por isso, preciso fazer uma abordagem um pouco mais ampla do assunto.

Já há algum tempo, um grupo de cristãos visa suscitar a consciência de que grupos como a Parada Gay, a Festa de Santo Antônio, o Carnaval e a Marcha para Jesus não devem receber dinheiro público, pelo fato de que o mesmo deve ser aplicado em questões de interesse geral, como saúde, educação, transporte, segurança etc, e que esses grupos devem se autossustentar.

Quanto ao fato de constar no calendário de eventos do município, também não deve pelo fato de no Primeiro Parágrafo constar de que “O Poder Público municipal organizará atividades referentes ao caput de artigo de caráter educativo e visando a construção de uma cultura de respeito à diversidade, aos direitos humanos e à cidadania LGBT”.

Por isso, o poder público não tem que fomentar o homossexualismo porque ele é laico. Sim, ele é laico até nisso! Ele não deve tomar partido pela prática homossexual, pois se ele fizer isso, necessariamente, tem que ir contra princípios cristãos, sendo que a Constituição Federal diz que o Estado não deve causar “embaraço” às igrejas (Art. 19, I).

Também preciso acrescentar que ser contra a prática homossexual não é “preconceito”, mas sim, um conceito, exarado nas Sagradas Escrituras. Aliás, costumo dizer que se fosse preconceito, Deus seria preconceituoso, pois condena tal prática (Lv 18.22; Rm 1.18-32; 1Co 6.9,10), e também criou homem e mulher, macho e fêmea, e não, dois homens ou duas mulheres. Preconceito é negar um prato de comida ou um copo de água a um homossexual, coisas que se condenam.

Como o poder público deve manter a neutralidade, nem a Marcha para Jesus deveria constar no calendário do município. Reforço isso, pois, há poucos dias, um grupo de cristãos ventilou a possibilidade de incluir no calendário os 500 anos da Reforma Protestante, sendo que me opus a isso, pois é uma efeméride que deve ficar no âmbito doméstico, ou seja, com os que se identificam com a Reforma.

Eu pertenço a um grupo religioso que defende a separação entre igreja e estado, entendendo que o estado deve dar ampla liberdade religiosa à população, e a igreja deve influenciar a sociedade e o estado com valores, como a honestidade, o trabalho, o zelo, e assim por diante.
Portanto, nada de dinheiro para grupos, como os supracitados, nem constarem no calendário de eventos do município!

(*) Carlos Osmar Trapp é pastor batista (OPBB/3650) e jornalista (DRT/MS, 928).

 

Os artigos publicados com assinatura não traduzem necessariamente a opinião do portal. A publicação tem como propósito estimular o debate e provocar a reflexão sobre os problemas brasileiros.

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