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Quando a chuva passar

Por Rosildo Barcellos (*) | 14/01/2011 11:50

Quando a chuva passar

Quando o tempo abrir

Abra a janela e veja eu sou o sol

Eu sou céu e mar

Eu sou céu e fim

E o meu amor é imensidão...

A composição de Ramon Cruz, vai além de uma simples canção de amor eternizada nas vozes de Ivete Sangalo e de Paula Fernandes. Ela nos faz pensar nos grandes problemas que nos atacam com cada vez mais voracidade no mês de janeiro e por conseguinte antecipa um alerta para que todos os motoristas tenham cuidado na hora da chuva.

A primeira regra é levar o carro para um lugar seguro assim que perceber o começo da tempestade. Se a chuva já estiver em andamento, o jeito é procurar um local mais alto para deixar o veículo até que a situação melhore. Em alagamentos, o limite para trafegar com segurança é quando o nível da água estiver chegando à metade da roda. Mais do que isso, não arrisque. Ligue sempre os faróis, mesmo que seja durante o dia.

O início da chuva é o momento mais crítico. Seja uma simples garoa, seja um temporal, ela pode surpreender o motorista. A pista, assim que recebe o início da água da chuva, transforma-se em uma espécie de armadilha, graças à perigosa mistura de água, resíduos de óleo, combustível e sujeira. Esta mistura gera um líquido extremamente escorregadio, que compromete em muito a aderência dos pneus ao solo,principalmente nas rodovias.

Também ocorre o choque térmico. Quando bate nos vidros quentes do carro, a água fria da chuva forma o chamado embaço que é perigoso, pois prejudica a visibilidade do motorista. Mesmo com os pneus e freios em bom estado a frenagem na chuva deve ser suave e progressiva. Assim, quando frear não pressione bruscamente o pedal, mas pise suavemente.

Acione sem demora o limpador de pára-brisa e o sistema de ventilação (para desembaçar os vidros). Se for atravessar poças, procure pontos de referência como outros carros e postes. Mantenha a primeira marcha em velocidade constante.

Se o carro morrer, empurre-o para um local alto e seco,se possível e não tente dar a partida novamente - se o carro tem seguropode haver uma dificuldade no recebimento justamente por esse "agravamento de risco".

Depois de atravessar uma poça grande, ande em velocidade reduzida e pise algumas vezes de leve no freio para secar as lonas traseiras (conforme o caso). Outra questão importante são os pneumáticos...observe se estão em condições. É só observar uma marca TWI ela indica se já esta na hora de trocar; em algumas fábricas essa marca é um pequeno triangulo, que faz um ressalto. abaixo disso é temeroso andar na chuva com esse pneu.

Um outro grande perigo nos dias de chuva é o calço hidráulico, que danifica o motor e provoca prejuízos. Ele acontece quando a água passa pelo filtro de ar e chega ao cilindro. Evite o problema conhecendo a altura do coletor de ar em relação ao chão. Depois da chuva, na hora da limpeza, deixe o carro aberto, pegando sol.

Para completar a faxina, procure um lava-a-jato e limpe o carro por dentro e por fora. Se for impossível não esperar porque já está na água e se você perceber que o escapamento está submerso (o som muda, fica parecendo som de bolhas; jamais desacelere. Se tiver que parar o veículo pise na embreagem, tire a marcha (coloque em ponto morto) e freie com cuidado (com o pé esquerdo). Tudo isso você deverá fazer o veículo acelerado. Aguarde, sempre acelerando, o volume de água abaixar (o som de bolhas pára e volta o som normal do escapamento volta), a priori,naquele momento, é a única forma de proteger o motor.

Saia com condições de chuva forte se realmente for necessário, se puder adiar, retardar ou postergar...faça-o.Sabemos que depois da chuva forte é que as preocupações aumentam.Nas áreas de risco, depois que água escoa é o momento de limpar o estrago que a chuva causou e ver o que foi perdido.

No dia seguinte ao caos, é fácil também encontrar na cidade oficinas cheias e muito barro nas pistas que ficaram alagadas. O prejuízo para quem passa pelos pontos de alagamentos é alto e a insistência em atravessar a pista tomada pela água pode custar mais caro do que muitos imaginam. Esteja sempre atento aos alertas da Defesa Civil.

(*) Rosildo Barcellos é articulista e professor da UCDC.

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