Ameaçado, caminhoneiro tentou se esconder após morte suspeita de mulher no PR
Magnos Bartz foi alvo de 14 tiros na manhã desta segunda-feira, no Jardim Colúmbia, em Campo Grande
O caminhoneiro Magnos Edgar Bartz, 39, mudou de casa e até trocou de veículo para tentar se esconder de pessoas que o ameaçavam de morte. Contudo, foi executado a tiros na manhã desta segunda-feira (8), quando entrava em uma caminhonete, em Campo Grande. A reportagem apurou que o crime foi motivado por vingança pela morte de Ana Grete Alves Pereira, 40, que caiu do caminhão de Bartz, depois de uma carona no Paraná.
O Campo Grande News teve acesso a documentos e também um vídeo com depoimento de Bartz à polícia, que trazem informações acerca de Ana Grete e momentos que antecederam a queda dela do caminhão. Tudo ainda está sendo investigado.
Segundo consta, em outubro do ano passado, Bartz trafegava com o caminhão no Paraná, quando deu carona a duas mulheres, uma delas era Ana. Em determinado trecho, Bartz disse aos policiais que parou em posto de combustíveis e saiu do veículo. Quando retornou, não encontrou nenhum pertence de valor no caminhão. As mulheres haviam "sumido".
Então, em contato com outros caminhoneiros, Magnos contou ter sido informado que tais mulheres se tratavam de ciganas, que liam mãos em troca de dinheiro e estavam cometendo furtos contra caminhoneiros. Após o episódio, Bartz conseguiu retornar a Campo Grande, onde morava. Ele chegou a procurar a polícia para registrar boletim de ocorrência do furto no qual foi vítima e continuou sua rotina normal.
Até que em novembro do ano passado, precisou retornar para levar carga ao Paraná. Lá, a reportagem apurou que ele passava por uma estrada e percebeu que Ana pedia carona. Ele parou e ela não o reconheceu. Foi então que Bartz ofereceu carona com a intenção de levá-la até a polícia.
Dentro do caminhão em movimento, ele informou a Ana que a levaria até o posto da PRF (Polícia Rodoviária Federal), momento em que ela pediu que ele não fizesse aquilo, porque pularia do caminhão. Quando acessou a rotatória, precisou diminuir a velocidade e, neste momento, Ana caiu.
Não há clareza nos documentos obtidos pela reportagem se Bartz a empurrou ou ela se jogou do caminhão. Mas Bartz disse à polícia que chegou a olhar pelo retrovisor logo após a queda e não viu mais Ana. Então, acreditou que ela fugiu e seguiu o trajeto.
Ameaças - Bartz contou em interrogatório que só ficou sabendo da morte de Ana após um colega do Paraná entrar em contato 15 dias depois, afirmando que a polícia estava atrás do caminhão dele. Foi então que o caminhoneiro passou a ser ameaçado pela família de Ana. No começo, as ameaças foram mais brandas.
No dia 6 de janeiro, por conta de um mandado de prisão temporária expedido pela Justiça paranaense, Bartz foi preso em São Gabriel do Oeste. De lá, foi levado para Maringá (PR), onde cumpriu a prisão. Neste período, as ameaças ficaram mais constantes.
Em fevereiro, o caminhoneiro conseguiu liberdade provisória e retornou para Campo Grande. Diante das ameaças mais intensas, inclusive com pessoas o procurando por mensagens no Whatsapp, o caminhoneiro mudou de casa e até trocou de veículo para tentar se esconder, mas não adiantou. Constantemente, os familiares de Bartz percebiam estranhos em frente ao imóvel onde residiam.
Na manhã de ontem, as ameaças se concretizaram. Bartz foi abordado quando entrava em sua caminhonete, uma Chevrolet S10, e executado a tiros no Jardim Colúmbia, na Capital. O atirador era ocupante de um Pálio Weekend, que foi comprado de uma garagem no Paraná.
O comprador ainda não havia passado o carro para o nome, mas a garagem fez a alegação de venda. O Campo Grande News apurou que o Pálio está no nome da familiar que estava com Ana na data em que Bartz foi furtado, em outubro do ano passado.
A reportagem também apurou que Ana Grete já foi denunciada por furtar outro caminhoneiro, ocasião em que "leu a mão" dele e depois furtou mais de R$ 700 da vítima. Todos os fatos ainda estão em investigação.
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