Após alta dos combustíveis, preço nas bombas deve se manter estável
Sinpetro reforça que deve haver pouca variação por conta da queda de preço no barril do petróleo
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Após retorno da cobrança dos tributos federais (PIS/Cofins e Cide) sobre a gasolina e etanol, que entrou em vigor no dia 1º de março em todo Brasil, os campo-grandenses sentiram no bolso o aumento nas bombas e temem novas subidas de preço.
O último levantamento feito no dia 10 de março, pela ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis), mostrou que o preço médio do litro da gasolina, em todo o País, subiu 6,09% na última semana, saindo de R$ 5,25 para R$ 5,57.
A reportagem percorreu alguns postos em Campo Grande entre quarta-feira (15) e esta quinta-feira (16), foi constatado que o valor do litro da gasolina varia de R$ 4,99 a R$ 5,19. Quanto ao etanol, os preços vão de R$ 3,59 até R$ 3,79.
Celso Alves Santiago, de 63 anos, abastece no posto Alloy, da Avenida Fernando Corrêa da Costa. O aposentado trabalha como motorista de aplicativo e revelou que gasta em média R$ 200 para abastecer o carro a cada dois dias. Ele teme que os valores subam novamente.
“Se aumentar fica inviável fazer corrida, o meu desejo é que não subisse, fica complicado trabalhar com essa oscilação para mais. Os postos têm oscilação grande um do outro”, diz Celso.
Quem também teme aumento dos combustíveis nas bombas é Paulo Sérgio Pereira de Souza, de 49 anos, que se desloca constantemente de São Paulo a Campo Grande. O empresário que veio à Capital para trabalhar na fábrica de celulose Suzano, em Ribas do Rio Pardo, ressaltou que gasta R$ 900 na viagem. Mas se os valores aumentarem, o gasto pode dobrar.
“Esse aumento é demais, baixar não vai baixar, esse cabo de guerra do governo que tá levando isso aí. Briga política e a gente que paga a conta. Brasil vive essa situação. Gasto mil quilômetros da minha cidade até aqui”, comentou Paulo.
João Luís Vital, de 42 anos, gasta R$ 320 para abastecer três veículos, dois carros e uma moto. O Voyage é o xodó do educador físico, segundo ele, uma relíquia. Para encher o tanque do veículo ele gasta em média R$ 110.
Questionado sobre a oscilação do preço do combustível, ele ressaltou que a “montanha-russa” nos preços vai depender do governo. “Acho que ainda vai subir porque a inflação é normal. Para conseguir abastecer os três veículos tem que trabalhar bastante”, diz João.
Estagnação - O diretor executivo do Sinpetro (Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis, Lubrificantes e Lojas de Conveniência de Mato Grosso do Sul), Edson Lazaroto, afastou o receio dos motorista e disse que o preço do combustível é de livre mercado, por isso ocorrem variações de preços pela grande concorrência dos postos e também das distribuidoras.
Ainda de acordo com Lazaroto, o preço médio na Capital está, de fato, oscilando entre R$ 4,99 a R$ 5,19 no preço à vista da gasolina: "Por conta da queda dos preços internacionais do barril de petróleo, tende a se manter".
Preços - O Campo Grande News esteve em alguns postos na região do Centro e Vila Progresso. Em um deles, localizado na Avenida Calógeras com a Rua Maracaju, região central, é possível abastecer pagando R$ 4,99 no litro da gasolina comum, R$ 5,89 no diesel s10 e R$ 3,79 no etanol. Na mesma avenida em um outro posto de combustível, o preço do litro da gasolina é R$ 5,17. Já o diesel s10 pode ser encontrado por R$ 5,96 e o etanol a R$ 3,64.
Em outra região da cidade, na Avenida Fernando Corrêa da Costa com a Rua 14 de Julho, o litro da gasolina está a R$ 4,99 e etanol a R$ 3,59. Já na Avenida Afonso Pena esquina com a Rua 13 de Maio, o etanol é vendido a R$ 3,79, a gasolina a R$ 4,99 e o diesel a R$ 5,99.
Na Avenida Costa e Silva se concentra uma grande quantidade de postos de combustíveis. No primeiro estabelecimento na Vila Progresso, os consumidores podem abastecer gasolina comum por R$ 5,19 o litro, diesel s10 a R$ 5,89 e o etanol a R$ 3,64.
O preço do combustível tem variação na região da Avenida Costa e Silva na Vila Progresso, em um segundo posto o diesel é encontrado por R$ 6,09, gasolina a R$ 5,19 e etanol a R$ 3,65.
Histórico - Em 2022, o ex-presidente Jair Bolsonaro tinha zerado as alíquotas do Programa de Integração Social (PIS) e da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) para a gasolina, o etanol, o diesel, o biodiesel, o gás natural e o gás de cozinha.
No dia 1º de janeiro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou a Medida Provisória 1.157, que previa a reoneração da gasolina e do etanol a partir de 1º de março e a dos demais combustíveis em 1º de janeiro de 2024.
O anúncio da reoneração sobre a gasolina e o etanol foi feito pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), em fevereiro, com reajustes de R$ 0,34 para a gasolina e R$ 0,02 para o etanol. Antes da desoneração, o PIS/Cofins era cobrado da seguinte forma: R$ 0,792 por litro da gasolina A (sem mistura de etanol) e de R$ 0,242 por litro do etanol.
A volta da cobrança, segundo Haddad, é garantir o equilíbrio fiscal, contribuir com a redução da inflação e abrir espaço para a queda dos juros.