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Após alta dos combustíveis, preço nas bombas deve se manter estável

Sinpetro reforça que deve haver pouca variação por conta da queda de preço no barril do petróleo

Natália Olliver, Thays Schneider e Bruna Marques | 16/03/2023 16:01
Em posto de combustível na Avenida Calógeras, o litro da gasolina sai por R$ 4,99 (Foto: Alex Machado)
Em posto de combustível na Avenida Calógeras, o litro da gasolina sai por R$ 4,99 (Foto: Alex Machado)

Após retorno da cobrança dos tributos federais (PIS/Cofins e Cide) sobre a gasolina e etanol, que entrou em vigor no dia 1º de março em todo Brasil, os campo-grandenses sentiram no bolso o aumento nas bombas e temem novas subidas de preço.

O último levantamento feito no dia 10 de março, pela ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis), mostrou que o preço médio do litro da gasolina, em todo o País, subiu 6,09% na última semana, saindo de R$ 5,25 para R$ 5,57.

A reportagem percorreu alguns postos em Campo Grande entre quarta-feira (15) e esta quinta-feira (16), foi constatado que o valor do litro da gasolina varia de R$ 4,99 a R$ 5,19. Quanto ao etanol, os preços vão de R$ 3,59 até R$ 3,79.

Motorista de aplicativo abastece três carros e teme novos aumentos (Foto: Marcos Maluf)
Motorista de aplicativo abastece três carros e teme novos aumentos (Foto: Marcos Maluf)

Celso Alves Santiago, de 63 anos, abastece no posto Alloy, da Avenida Fernando Corrêa da Costa. O aposentado trabalha como motorista de aplicativo e revelou que gasta em média R$ 200 para abastecer o carro a cada dois dias. Ele teme que os valores subam novamente.

“Se aumentar fica inviável fazer corrida, o meu desejo é que não subisse, fica complicado trabalhar com essa oscilação para mais. Os postos têm oscilação grande um do outro”, diz Celso.

Quem também teme aumento dos combustíveis nas bombas é Paulo Sérgio Pereira de Souza, de 49 anos, que se desloca constantemente de São Paulo a Campo Grande. O empresário que veio à Capital para trabalhar na fábrica de celulose Suzano, em Ribas do Rio Pardo, ressaltou que gasta R$ 900 na viagem. Mas se os valores aumentarem, o gasto pode dobrar.

Empresário gasta R$ 250 por semana para rodar em Campo grande e região (Foto: Marcos Maluf)
Empresário gasta R$ 250 por semana para rodar em Campo grande e região (Foto: Marcos Maluf)

“Esse aumento é demais, baixar não vai baixar, esse cabo de guerra do governo que tá levando isso aí. Briga política e a gente que paga a conta. Brasil vive essa situação. Gasto mil quilômetros da minha cidade até aqui”, comentou Paulo.

João Luís Vital, de 42 anos, gasta R$ 320 para abastecer três veículos, dois carros e uma moto. O Voyage é o xodó do educador físico, segundo ele, uma relíquia. Para encher o tanque do veículo ele gasta em média R$ 110.

Questionado sobre a oscilação do preço do combustível, ele ressaltou que a “montanha-russa” nos preços vai depender do governo. “Acho que ainda vai subir porque a inflação é normal. Para conseguir abastecer os três veículos tem que trabalhar bastante”, diz João.

Estagnação -  O diretor executivo do Sinpetro (Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis, Lubrificantes e Lojas de Conveniência de Mato Grosso do Sul), Edson Lazaroto, afastou o receio dos motorista e disse que o preço do combustível é de livre mercado, por isso ocorrem variações de preços pela grande concorrência dos postos e também das distribuidoras.

Ainda de acordo com Lazaroto, o preço médio na Capital está, de fato, oscilando entre R$ 4,99 a R$ 5,19 no preço à vista da gasolina: "Por conta da queda dos preços internacionais do barril de petróleo, tende a se manter".

Preços - O Campo Grande News esteve em alguns postos na região do Centro e Vila Progresso. Em um deles, localizado na Avenida Calógeras com a Rua Maracaju, região central, é possível abastecer pagando R$ 4,99 no litro da gasolina comum, R$ 5,89 no diesel s10 e R$ 3,79 no etanol. Na mesma avenida em um outro posto de combustível, o preço do litro da gasolina é R$ 5,17. Já o diesel s10 pode ser encontrado por R$ 5,96 e o etanol a R$ 3,64.

Em outra região da cidade, na Avenida Fernando Corrêa da Costa com a Rua 14 de Julho, o litro da gasolina está a R$ 4,99 e etanol a R$ 3,59. Já na Avenida Afonso Pena esquina com a Rua 13 de Maio, o etanol é vendido a R$ 3,79, a gasolina a R$ 4,99 e o diesel a R$ 5,99.

Na Avenida Costa e Silva se concentra uma grande quantidade de postos de combustíveis. No primeiro estabelecimento na Vila Progresso, os consumidores podem abastecer gasolina comum por R$ 5,19 o litro, diesel s10 a R$ 5,89 e o etanol a R$ 3,64.

O preço do combustível tem variação na região da Avenida Costa e Silva na Vila Progresso, em um segundo posto o diesel é encontrado por R$ 6,09, gasolina a R$ 5,19 e etanol a R$ 3,65.

Histórico - Em 2022, o ex-presidente Jair Bolsonaro tinha zerado as alíquotas do Programa de Integração Social (PIS) e da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) para a gasolina, o etanol, o diesel, o biodiesel, o gás natural e o gás de cozinha.

No dia 1º de janeiro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou a Medida Provisória 1.157, que previa a reoneração da gasolina e do etanol a partir de 1º de março e a dos demais combustíveis em 1º de janeiro de 2024.

O anúncio da reoneração sobre a gasolina e o etanol foi feito pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), em fevereiro, com reajustes de R$ 0,34 para a gasolina e R$ 0,02 para o etanol. Antes da desoneração, o PIS/Cofins era cobrado da seguinte forma: R$ 0,792 por litro da gasolina A (sem mistura de etanol) e de R$ 0,242 por litro do etanol.

A volta da cobrança, segundo Haddad, é garantir o equilíbrio fiscal, contribuir com a redução da inflação e abrir espaço para a queda dos juros.

Posto de combustível localizado na Avenida Calógeras com a Rua Maracaju (Foto: Alex Machado)
Posto de combustível localizado na Avenida Calógeras com a Rua Maracaju (Foto: Alex Machado)


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