Após concurso ser adiado, candidatos pretendem seguir com rotina de estudos
Devido a enchentes no RS, adiamento do CNU (Concurso Nacional Unificado) foi anunciado nesta sexta-feira
Com o adiamento do CNU (Concurso Nacional Unificado) anunciado nesta sexta-feira (3), concurseiros pretendem reorganizar a rotina de estudos, entre revisar o conteúdo e focar na realização de exercícios nos próximos meses. O concurso foi adiado devido às enchentes no Rio Grande do Sul.
Embora ainda não tenha sido marcada uma nova data, durante uma coletiva de imprensa realizada hoje à tarde, a ministra da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, Esther Dweck, deu indícios de que o concurso só deve acontecer em um ou dois meses.
“Não temos noção exata do tempo de adiamento, pois depende da data da realização da prova. No entanto, diante da situação catastrófica no Rio Grande do Sul, o prazo, seja de um mês ou dois, é muito pequeno diante da segurança do processo e da integridade das pessoas que farão a prova”, afirmou Esther.
O professor do curso Mandetta Easy, Márcio Lopes, ressaltou que o adiamento foi uma decisão prudente diante do atual cenário. “Foi a decisão mais sábia, pois mantém a isonomia do concurso. Não seria justo ter o concurso apenas no Rio Grande do Sul. Se o concurso continuasse, teríamos duas provas diferentes para os mesmos cargos, o que comprometeria a igualdade no processo”.
Márcio explica que, com o adiamento, os cursos preparatórios estão buscando alternativas para os alunos. “Precisaremos ter a nova data da prova para tomarmos qualquer decisão. Estamos estudando a possibilidade de continuar com o concurso ou abrir um curso só de resolução de exercícios, mas dependemos dessa confirmação”, acrescentou
Mais tempo de estudo - Apesar de já estarem dedicados aos estudos há meses, os candidatos concordaram com a decisão e afirmaram que irão aproveitar o período adicional para se prepararem ainda mais.
Um exemplo é o consultor Brunno Melo, de 29 anos, que planeja utilizar esse tempo para esclarecer dúvidas que possam ter surgido. Seu objetivo é conquistar o cargo de especialista em políticas públicas e gestão governamental.
“Com uma crise pública dessas, não tem nem o que ser questionado. O governo fez o certo. Agora pretendo continuar revisando as matérias para não ficar enferrujado. Esse tempo extra vai ser bom para sanar algumas dúvidas”, opina Brunno.
Atualmente, Brunno é consultor de processos hospitalares na Capital e divide o tempo fora do expediente com os estudos. Em entrevista concedida ao Campo Grande News, ele explicou que estuda durante o horário de almoço e após o trabalho, o que dá em torno de 7h de dedicação. Aos finais de semana e feriados, o tempo chega a 8h.
A jornalista Juliana Oliveira, de 31 anos, também é uma das candidatas que concordou com o adiamento do “Enem dos Concursos”. Ela comenta que a decisão irá garantir que o concurso seja mais justo.
“Trata-se de uma questão de força maior, algo causado pela natureza. Então, concordo sim, tanto para que os candidatos do Rio Grande do Sul não sejam prejudicados, quanto para que todos os candidatos do Brasil façam a mesma prova com o mesmo nível de dificuldade, tornando o processo mais justo”, comenta a jornalista.
Juliana revelou que sua prioridade de vaga é para o cargo de jornalista do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), com sede em Florianópolis, e que seguirá estudando. "Mesmo que o concurso seja realizado no segundo semestre, pretendo participar. Não vejo isso como algo negativo, afinal, muitos concursos para diversos órgãos estão sendo esperados há muito tempo, em alguns casos anos. Vou continuar estudando por conta própria, sem fazer cursinho ou pagar por materiais, utilizando vídeos no YouTube, provas passadas e a internet para me preparar melhor até a remarcação da prova”.
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