Governo decide adiar “Enem dos Concursos”
Decisão dividiu o governo, que decidiu fazer prova em nova data após catástrofe no Rio Grande do Sul
O Governo Federal confirmou, às 14h29 desta sexta-feira (3), que adiará o CNU (Concurso Nacional Unificado), que ficou conhecido como “Enem dos Concursos”. Não há nova data para a realização das provas.
A ministra da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, Esther Dweck, abriu o pronunciamento sobre o concurso com mais de 2 milhões de inscritos falando no passado (tempo verbal), o que já dava indícios que o adiamento seria confirmado. "A gente sabe que os candidatos estão preparados, estudando, se deslocando para os locais de provas. Então, a gente estava muito focado em garantir a realização da prova no domingo [dia 5 de maio], mas o cenário da região Sul está se agravando a cada hora, sem precedentes" (...) "e a conclusão que a gente teve hoje é que seria impossível realizar as provas no Rio Grande do Sul", disse por volta das 14h20.
O anúncio da decisão do governo veio em seguida:
A gente construiu um acordo para preservar a integridade do concurso e a sua concepção democrática dele e a gente chegou à conclusão que a solução mais segura para todos os candidatos é o adiamento da prova", afirmou Esther Dweck.
A ministra explicou que a medida reforça o compromisso do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) com a democracia. "Não deixar ninguém de fora", referindo-se também à calamidade das chuvas no Rio Grande do Sul, que impede os candidatos daquele estado até de pensar no exame.
Ela falou ainda na segurança jurídica. "Essa é uma decisão que preserva a todos os candidatos". A nova data deve ser divulgada nas próximas semanas.
Paulo Pimenta, chefe da Secom (Secretaria de Comunicação Social da Presidência), lembrou da previsão meteorológica de mais chuva para a região Sul, o que pode agravar as circunstâncias.
Decisão - Nesta manhã, em entrevista ao programa “Bom dia, Ministro”, do CanalGov, Pimenta já havia comentado das dificuldades do adiamento e que a aplicação das provas em outra data custaria pelo menos R$ 50 milhões aos cofres públicos.
A possibilidade, segundo apurou a jornalista Vera Magalhães, do jornal O Globo, dividiu o governo, entre os que defendiam nova data, por questão de humanidade, diante da devastação enfrentada no Rio Grande do Sul – onde enchentes mataram 37 pessoas, deixaram pelo menos 74 desaparecidas e milhares de desabrigadas, além de haver sérios problemas para locomoção – e os que apontavam os transtornos que a postergação provocaria.
Houve ainda a possibilidade de adiar as provas apenas nos locais atingidos, mas a insegurança jurídica pairou, ainda segundo apurado pelo jornal O Globo, porque, diferentemente do Enem, não existe um banco de provas disponível para o CNU, que será realizado pela primeira vez. Com isso, o risco de se realizar exame com grau de dificuldade diferente da original para os inscritos no Rio Grande do Sul era alta, o que aumentaria o já elevado risco de judicialização.
Mas, também conforme a apuração de Vera Magalhães, o alerta do risco de mais tempestades no Sul acabou por pesar na decisão de marcar uma única nova data para todo o país realizar o concurso e evitar mais imprevistos.
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