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Cidades

Após conflito indígena, lideranças nacionais visitam MS para denunciar violência

Caravana Ecumênica passou por Campo Grande e vai seguir para Dourados

Gabrielle Tavares | 20/07/2022 18:23
Caravana ecumênica conta com lideranças das vertentes cristãs e da umbanda. (Foto: Gabrielle Tavares)
Caravana ecumênica conta com lideranças das vertentes cristãs e da umbanda. (Foto: Gabrielle Tavares)

Caravana Ecumênica com mais de 10 lideranças religiosas de todo o país visitou Campo Grande na tarde desta quarta-feira (20), para debater e denunciar a violência contra povos indígenas do Estado. A visita ocorre após conflito registrado em Amambai, região fronteiriça de Mato Grosso do Sul, no mês passado, que culminaram em uma morte e sete feridos, oficialmente.

A mesa-redonda foi na sede da Fetems (Federação dos Trabalhadores na Educação de Mato Grosso do Sul), em Campo Grande. A agenda vai prosseguir na sexta-feira (22), em Dourados, onde será realizado ato na praça Antônio João. Por fim, os representantes ainda devem visitar as aldeias indígenas da região, onde vão distribuir alimentos.

A conselheira do MNDH (Movimento Nacional de Direitos Humanos) Mônica Alckmin, que também integra o CNDH (Conselho Nacional dos Direitos Humanos) lembrou que as mortes dos indígenas levaram o Brasil a ser denunciado na ONU (Organização das Nações Unidas), no dia 27 de junho. Na ocasião, o CIMI (Conselho Indigenista Missionário) fez um "apelo urgente" diante dos ataques.

“Nós recebemos uma denúncia, então entre as denúncias que chegam no Conselho Nacional, muitas vezes a gente vai ao local e busca mais elementos que possam se desdobrar em posicionamentos”, explicou.

Cerca de 40 pessoas participaram do debate na tarde de hoje. (Foto: Gabrielle Tavares)
Cerca de 40 pessoas participaram do debate na tarde de hoje. (Foto: Gabrielle Tavares)

Desta forma, Mônica vai reunir informações durante as visitas da Caravana para corroborar a denúncia.

“Tudo que tiver nessa Caravana vai ser informado ao Conselho para ter desdobramentos concretos, não só para recomendações. Também para posicionamento da sociedade civil, porque os ataques indígenas são por uma questão de disputa de terras, econômicas. Estão matando uma cultura, todos os aspectos de um povo, por interesses econômicos”, apontou.

A denúncia em questão se refere a um confronto entre indígenas da etnia Guarani-Kaiowá e a polícia militar no dia 24 de junho deste ano, em uma ocupação realizada pelos indígenas na Fazenda Borda da Mata, em Amambai.

A ocasião ficou conhecida como “Massacre do Guapoy” e deixou 33 feridos, sendo três policiais e um indígena, além da morte de outro indígena.

“É um ataque aos direitos humanos e não só aos direitos humanos dos indígenas, mas sim dos brasileiros, de um país. Porque um país com situações recorrentes como as do Brasil, precisa repensar todas as suas relações, não só com os indígenas, mas todas as relações”, ressaltou.

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