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Artes

“Luta, paz, união e diferença” são impressões de quem visita exposição indígena

Acervo com fotos e artes de oito etnias do MS ficará no Bioparque Pantanal por quinze dias

Caroline Maldonado | 19/07/2022 12:57
Itens em exposição temporária sobre povos indígenas no Bioparque Pantanal. (Foto: Marcos Maluf)
Itens em exposição temporária sobre povos indígenas no Bioparque Pantanal. (Foto: Marcos Maluf)

Para quem nunca foi a uma aldeia e está acostumado a ver artesanatos indígenas por aí, ver fotografias que retratam o cotidiano das comunidades indígenas é um diferencial na exposição de acervo dos povos originários, que começou hoje (19) e vai até o dia 2 de agosto, no Bioparque Pantanal, em Campo Grande.

Antagônicas, as impressões de quem visita o local são reflexo das histórias e resistência das diversas comunidades, marcadas pela luta por reconhecimento dos direitos.

O espaço tem também esculturas, cerâmica, cestaria e tapetes, entre outras artes das etnias terena, kadiwéu, kinikinau, atikum, guató, guarani kaiowá, guarani ñandeva e ofaié.

As fotos do jornalista Sidney Albuquerque, são as que mais chamaram atenção da professora e pesquisadora Flávia Mendes, de 39 anos, que levou as duas filhas à exposição no dia do aniversário de 4 anos das crianças.

“O mais interessante foi ver as fotos são de um fotógrafo indígena. Então, é o olhar dele sobre sua própria comunidade e outras etnias. As fotos têm muita riqueza, a autoria traz um diferencial. Nunca fomos a uma aldeia, então é muito legal ver, principalmente pelas fotos, como são as aldeias, porque já estamos acostumados a ver artesanato, mas as fotos são muito interessantes”, comentou Flávia, encantada com as imagens.

Tanto as fotos, como as artes são elementos que marcam a diferença e a união dos povos na luta pelo reconhecimento de direitos, na avaliação da terena Natielly Souza de Albuquerque, de 22 anos. Ela é da aldeia urbana Marçal de Souza, em Campo Grande.

“As pessoas vão ver que as etnias são diferentes, têm elementos, costumes, vestuário e histórias diferentes. No entanto, o que nos une é a origem. Quando vamos para a luta por direitos, vamos juntos com a mesma fé.

Na visita à exposição, o diretor geral do TRE (Tribunal Regional Eleitoral), Hardy Waldschmidt, de 57 anos, elogiou a iniciativa, que partiu da Secic (Secretaria de Estado de Cidadania e Cultura), por meio da Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul.

“Estou maravilhado, é tudo muito bonito e traz paz interior. As pessoas devem vir visitar, porque só estando presente para sentir”, resumiu.

Visitantes em exposição de acervo dos povos originários no Bioparque Pantanal, na manhã de hoje. (Foto: Marcos Maluf)
Visitantes em exposição de acervo dos povos originários no Bioparque Pantanal, na manhã de hoje. (Foto: Marcos Maluf)

Da aldeia Argola, que fica na Terra Indígena Cachoeirinha, em Miranda, a 208 quilômetros da Capital, a pedagoga Gisele Francelino, de 42 anos, explicou que para os indígenas é muito importante que a sociedade visite espaços como esse e tenha mais consciência da realidade dos povos originários.

“É um espaço para dar visibilidade e importante para a representatividade dos povos. Aqui, as pessoas verão elementos que são muito importantes para cada etnia. Por exemplo, a casa de reza que é sagrada para os guarani kaiowá e a cerâmica, que é uma marca dos terena. Muitas pessoas não fazem ideia de como são as aldeias, têm muito desconhecimento. Então, é importante para saberem que não é porque nos apropriamos de elementos tecnológicos, como um celular, por exemplo, que deixamos de ser terena ou de qualquer outra etnia”, destacou Gisele.

Pedagoga Gisele Francelino, de 42 anos, da etinia terena. (Foto: Marcos Maluf)
Pedagoga Gisele Francelino, de 42 anos, da etinia terena. (Foto: Marcos Maluf)

Segundo a diretora geral do Bioparque Pantanal, Maria Fernanda Balestieri, a exposição é temporária, mas o bioparque tem projeto para criar um espaço permanente com elementos das etnias de MS. “A intenção é que as pessoas possam conhecer nossa cultura, nossa história, além de valorizar os povos indígenas no Estado”, disse.

Além das fotos do jornalista terena, o acervo conta com imagens de Cassandra Cury e Álvaro Herculano. O Bioparque Pantanal fica na Avenida. Afonso Pena, 6277, no bairro Chácara Cachoeira.

Para entrar no local é preciso fazer agendamento pela internet.

Clique aqui para acessar o site do Bioparque Pantanal.

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