Sobá ganhou versão ousada com macarrão de comitiva e pequi
Versão criada pelo chef Ébano Augusto foi premiada e garantiu vaga de MS em concurso nacional de gastronomia
Que o brasileiro adora inventar moda com comida não é novidade, mas desta vez até o sobá entrou na brincadeira. Um chef campo-grandense resolveu apostar numa versão ousada do prato: macarrão de comitiva frito na laranja, carne soleada e pequi salteado no mel. Batizado de “Sobá Pantaneiro”, o prato é uma adaptação que rendeu prêmio e garantiu vaga para o Mato Grosso do Sul em um concurso nacional.
A criação é do chef Ébano Augusto, que conquistou o primeiro lugar no concurso de culinária da Associação Brasileira dos Chefs de Cozinha – seccional Mato Grosso do Sul. Com a vitória, ele irá representar o Estado na etapa nacional, marcada para maio, em Fortaleza.
“Eu imaginei um macarrão de comitiva que pudesse ser comido lá na tropa, mas que fosse um sobá. Aí fui trocando os ingredientes, vendo o que ornavam entre si e montando o conceito do prato”, explica Ébano, de 43 anos.
Ele conta ainda que, no lugar do tradicional omelete, incluiu pequi salteado com mel e finalizou o prato com crispy de couve, substituindo o cheiro-verde.
“Na etapa estadual, os jurados estavam intrigados para saber como seria o gosto do pequi com o mel. Nunca tinham provado essa combinação. Graças a Deus deu certo e agradou”, comenta.
Agora, o chef embarca para Fortaleza com o peso de um título estadual e a responsabilidade de carregar os sabores do Pantanal nas malas. “A expectativa está a mil, fora a experiência que vou adquirir”, acrescenta.
Na etapa nacional, os ingredientes serão uma surpresa, entregues aos participantes em uma ‘caixa misteriosa’ apenas no momento da prova. Ainda assim, Ébano garante que a essência pantaneira vai junto, independentemente do que estiver no cesto. “Vou sempre tentar criar um prato com a essência pantaneira”, promete.

Ébano ainda busca patrocínio para cobrir as despesas da viagem à capital cearense. “Ainda estou atrás de apoio, porque todas as despesas da viagem são por nossa conta. Mas sigo confiante de que tudo vai dar certo”, afirma.
Nascido em Ilha Solteira e morando em Campo Grande desde os 9 anos, o chef começou como muitos: aprendendo o básico com a mãe, dona Maria Aparecida, e se inspirando na avó, Maria Belanizia, a grande cozinheira da família.
“Minha avó é minha inspiração, minha base na culinária. Ela sempre fazia tudo com muito amor, e não importava se era algo simples”, relembra.
Dona Maria Belanizia se foi há nove anos, mas, antes de partir, ressignificou para o neto o verdadeiro sentido de cozinhar e servir. Pai de dois filhos e casado há 14 anos com a esposa, Rúbia, Ébano se define como alguém que cozinha por amor. “Tenho prazer em entregar e ver as pessoas felizes por estarem comendo algo que eu fiz. Hoje, o meu prazer é esse”, completa.
O primeiro concurso do qual participou foi em 2019, e já lhe garantiu um lugar no pódio: segundo lugar. Na ocasião, o prato apresentado foi uma pizza de pacu, uma criação em que, no lugar da massa, o disco era feito com o próprio peixe desossado.
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