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Interior

Perícia do MPF não identifica nenhum dano em propriedade ocupada por indígenas

No mês passado, conflito deixou um indígena morto

Lucia Morel | 08/07/2022 17:46
Casa azul, de caseiros da fazenda, que indígenas teriam invadido e danificado. (Foto: MPF)
Casa azul, de caseiros da fazenda, que indígenas teriam invadido e danificado. (Foto: MPF)

Perícia do MPF (Ministério Público Federal) não identificou danos em casa de funcionários da Fazenda Borda da Mata, onde conflito terminou com morte de um indígena no mês passado. Relatório anexado ao procedimento que investiga a situação, indica que a casa em nada foi danificada ou roubada.

A presença da Polícia Militar e do Batalhão de Choque na área foi solicitada pelos donos da fazenda que relataram que em 27 de maio tiveram a casa revirada – um mês antes da segunda ida dos militares ao local, que foi quando houve confronto – e fotos encaminhadas ao ministério mostram “o local sujo e revirado, mas também objetos de valor que interessariam aos indígenas e que lá permaneceram, a exemplo de equipamentos de pesca, bacia plástica, botijão de gás, freezer e cortina. Vê-se camas, colchões, sofás, poltronas, um aparelho de televisão e até uma nota de R$ 2”, cita o MPF.

O relato, na ocasião, indicava, que os indígenas, “ao entrarem no território, teriam a tudo destruído e haviam roubado os pertences dos ali residentes, uma família de origem bastante humilde”. Para o órgão ministerial, entretanto, isso não se sustenta.

As fotos teriam sido tiradas quando os moradores voltaram à casa, após ataque, para retirar o que não puderam quando os indígenas teriam invadido. Já em 1º de julho, em visita do MPF ao local, estava com o interior limpo.

Além disso, materiais que poderiam ter valor para os indígenas como “fogão, geladeira, colchões, toalha, cobertor, roupas, cadeiras, botijão de gás, panelas, garrafão de água mineral, fardo de papel higiênico e até um saco de pães” também. A resposta para a ordem é de que uma equipe de seguranças particulares passaram a ocupar a casa.

O ministério cita ainda que as demais edificações da sede da fazenda, incluindo insumos e equipamentos, não aparentam ter sofrido qualquer avaria significativa recente. A perícia esteve em Amambai entre os dias 28 de junho e 4 de julho.

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