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Interior

Liderança indígena pediu apoio da Funai dias antes do confronto com Choque

Cacique relatou a intromissão de grupo agressivo, que ameaçava até os indígenas durante ação de retomada

Silvia Frias | 25/06/2022 09:55
Um dos ofícios encaminhados pela liderança indígena, também para o MPF (Foto: Reprodução)
Um dos ofícios encaminhados pela liderança indígena, também para o MPF (Foto: Reprodução)

A situação de tensão envolvendo indígenas brasileiros e paraguaios foi relatada em ofícios encaminhados pelo cacique João Gauto, da Aldeia de Amambai à Funai (Fundação Nacional do Índio). Nele, a liderança pede apoio para conter o “grupo agressivo” que estaria prejudicando a ação de retomada da área.

No município, localizado a 351 quilômetros de Campo Grande, um indígena morreu e outros sete ficaram feridos em confronto com policiais do BPChoque  (Batalhão de Policiamento de Choque) na manhã de ontem. A comunidade indígena relata que há mais mortos e feridos, mas, oficialmente, apenas um foi identificado: Vito Fernandes, 42 anos.

Gauto confirmou ao Campo Grande News que enviou os ofícios. Os relatos foram feitos nos dias 19 e 23 de junho à Funai e ao MPF (Ministério Público Federal). Os indígenas que foram até o local para ajudar na retomada na área denominada de Tekoha Guapo'y Mirim Tujury estariam sendo recebidos de forma agressiva por “alguns patrícios indígenas” de origem paraguaia.

O grupo agressivo estaria armado com facões, atirando em direção da sede da fazenda e praticando roubos. “As lideranças e a comunidade temem que os fazendeiros ataquem os indígenas, e que saiam alguém feridos, pois no local está ficando tenso”.  Ele acrescenta que “o grupo de milícia está prejudicando seus próprios patrícios”.

Nos ofícios, Gauto pede apoio com “objetivo de resguardar a vida dos indígenas”. Segundo ele, equipe da Funai foi até o local para tentar resolver a situação. A reportagem não conseguiu contato com a Funai para falar sobre as denúncias.

Porém, a gerente da fazenda também relatou o caso à Polícia Militar, o que acabou desencadeando a ação do BPChoque e o confronto na manhã de sexta-feira.

O secretário Estadual de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), Antônio Carlos Videira, a equipe do Choque permanece no local. A Polícia Civil fará perícia no helicóptero da PM que teria sido atingido por dois  tiros. Videira diz que há briga política interna, antiga e atual liderança da aldeia.

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