"Choque foi atender denúncia de tráfico", alega Sejusp sobre confronto com morte
Sejusp apresentou essa versão mesmo 1 dia após fazendeiro registrar ocorrência sobre invasão da área
O secretário de Estado de Justiça e Segurança Pública, Antônio Carlos Videira, negou que o Batalhão de Choque da Polícia Militar tenha ido a Amambai, a 351 quilômetros da Capital, para atender ocorrência de invasão em fazenda. Apesar do boletim de ocorrência registrado na quinta-feira (23) comunicando a ocupação de indígenas na fazenda Borda da Mata, em entrevista coletiva, o secretário disse que a PM foi acionada por proprietários rurais por conta de tráfico de drogas e furtos em uma área que fica perto da aldeia. O Choque foi surpreendido por indígenas e revidou, segundo o secretário.
Com 11 feridos, sendo oito indígenas e três policiais, a situação continua tensa com conflitos no local. O secretário disse que cem militares estão no local e a Sejusp (Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública), já envia reforço. Seis viaturas da Polícia Federal estão a caminho da cidade, que fica a 351 quilômetros de Campo Grande.
Um helicóptero que levava militares de reforço foi atingido por tiros, conforme o secretário. “Não é uma reintegração de posse. Tem muitas pessoas do tráfico em Amambai, por isso reforçamos a segurança levando o Choque, que é especializado. Porém, quando chegaram, foram recebidos a tiros. Nunca tivemos problemas em Amambai. Era uma aldeia pacífica. Isso se iniciou há pouco tempo, após a eleição acirrada pela liderança", disse Videira.
Ignorando os relatos de fazendeiros sobre conflito por posse de terra, o secretário disse ainda que a polícia recebeu informações de que alguns indígenas paraguaios que trabalham no tráfico de maconha causaram insegurança inclusive entre os índios da região e isso gerou o conflito.
“E lideranças já tinham pedindo apoio da segurança, reclamando de usuários de drogas. Hoje, foi a tropa de Choque, que dias atrás já tinha atuado lá e obteve sucesso. As lideranças reclamam de jovens usuários de drogas e consumo excessivo de álcool, instalando a insegurança entre os povos indígenas. A propriedade é próxima das aldeias. Como são crimes comuns, a competência é nossa [Polícia Militar]”, disse o secretário.
O responsável pela Sejusp garante que "dentro da aldeia, o cacique já tinha reclamado que havia pessoas que não eram dali e que estavam utilizando armas espalhando a violência ali dentro. "Havia indígena contra indígena”.
O secretário negou que tenha informações de mortes até agora, como o Cimi (Conselho Indigenista Missionário) divulgou. “Não temos informação de morte. Há pessoas feridas. Não se sabe se são indígenas ou paraguaios. Dois foram transferidos para Ponta Porã”, detalhou.