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Interior

Barracos já ocupam fazenda onde guarani-kaiowá foi morto pela polícia

Indígenas de Amambai começaram a receber reforços de outras aldeias para resistir a eventual novo despejo

Helio de Freitas, de Dourados | 29/06/2022 06:52
Barracos montados a poucos metros da sede da Fazenda Borda da Mata, em Amambai (Foto: Direto das Ruas)
Barracos montados a poucos metros da sede da Fazenda Borda da Mata, em Amambai (Foto: Direto das Ruas)

Barracos construídos com lona e troncos de árvores já ocupam parte da Fazenda Borda da Mata, onde o indígena Vito Fernandes, 42, foi morto em confronto com policiais militares do Batalhão de Choque, há cinco dias. A propriedade fica nos fundos da Aldeia Amambai, onde vivem quase dez mil pessoas da etnia guarani-kaiowá.

Expulsos da área pela polícia usando até helicóptero na sexta-feira (24), os índios voltaram para a fazenda na tarde de segunda, para o funeral de Vito Fernandes. O corpo foi enterrado a poucos metros do silo de grãos e da residência onde morava o caseiro. Eles afirmam que voltaram para ficar.

Ontem, com a chegada de índios de outras aldeias e até lideranças nacionais dos guaranis-kaiowás, os indígenas de Amambai começaram a construir os barracos, levantados a poucos metros do túmulo de Vito Fernandes. Também acontece no local a Aty Guasu, que em guarani significa “Grande Reunião”, evento político organizado pelos povos indígenas.

A Fazenda Bordas da Mata é uma das 10 propriedades do Grupo Torlim e sede da empresa VT Brasil Administração e Participação Ltda., que pertence a Waldir Cândido Torelli.

Atualmente a empresa está no nome dos três filhos de Waldir. A área foi comprada pela VT Brasil em 2009 e atualmente está arrendada. Os proprietários pediram reintegração de posse da fazenda, mas a Justiça decidiu primeiro ouvir a Funai sobre o caso.

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