Indígena é assassinado em emboscada, 20 dias após confronto em Amambai
Indígenas afirmam que homem foi vítima de emboscada e que outro ficou ferido
Um indígena, a princípio identificado como Márcio Pereira, de 35 anos, foi assassinado com um tiro, na tarde desta quinta-feira (14), em uma construção abandonada, em Amambai, a 351 km de Campo Grande. A morte aconteceu 20 dias após o conflito que teve na região e que resultou na morte do indígena Vito Fernandes, 42 e deixou a população indígena Guapo'y Mirim em pânico.
Muitos afirmam que seriam uma emboscada. Na ocasião, outro indígena ficou ferido. Ele teria contado que um taxista chamou os dois para um serviço, a construção de um muro. Ao chegarem no local, haviam dois indivíduos intimidando-os. A dupla questionava e pressionava os indígenas a falarem se faziam parte da retomada.
Em certo momento, houve uma discussão e em seguida, um dos homens começou a atirar. Márcio morreu no local enquanto o amigo conseguiu fugir.
Ainda conforme o relato do sobrevivente as lideranças da comunidade, quando acabou a munição da arma, ele e o atirador continuaram a brigar, momento que acabou sendo atingido com golpes do cano da arma na cabeça.
A polícia não confirma que a morte tem relação com conflito de dias atrás, porém o caso será investigado.
Conflito - A comunidade indígena acusa o Batalhão de Choque de promover despejo ilegal no dia 24 de junho na Fazenda Borda da Mata, já que não havia ordem judicial e, mesmo que a Justiça tivesse determinado a reintegração, a desocupação deveria ser feita pela Polícia Federal.
A Secretaria de Segurança Pública nega ter ido ao local para expulsar os índios. Líderes dos Guarani-Kaiowá afirmam que pelo menos 30 pessoas foram atingidas por tiros de munição menos letal e bombas de gás, mas não procuraram socorro médico. Três policiais também sofreram ferimentos leves. Vito Fernandes, 42, morto a tiros pelos PMs durante o confronto.