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Cidades

Beneficiária do Bolsa Família, moradora de MS é suspeita de receber do PCC

Trabalhadora autônoma recebeu transferências via Pix de fintech ligada à facção

Por Lucia Morel | 14/02/2025 18:58
Beneficiária do Bolsa Família, moradora de MS é suspeita de receber do PCC
Criança segurando cartão do Bolsa Família. (Foto: Lyon Santos/ MDS)

Moradora de Aquidauana, cidade a 141 km de Campo Grande, beneficiária do Bolsa Família é suspeita de ter sua conta bancária usada para lavagem de dinheiro do PCC (Primeiro Comando do Capital). Relatório do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) obtido pelo O Globo mostra que a mulher, trabalhadora autônoma, recebeu transferências via Pix de fintech ligada à facção.

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Uma moradora de Aquidauana, beneficiária do Bolsa Família, está sob suspeita de ter sua conta usada para lavagem de dinheiro do PCC, segundo relatório do Coaf. A investigação aponta que a mulher recebeu transferências via Pix de uma fintech ligada à facção. O caso, que envolve a 2Go Bank, está sendo investigado pela Polícia Federal. O Ministério do Desenvolvimento Social está aprimorando o Cadastro Único para evitar fraudes no programa de distribuição de renda.

Dados cruzados pelo conselho indicam que diversos beneficiários do programa de distribuição de renda ou fazem parte do esquema, ou tiveram seus nomes usados em golpes da rede criminosa que envolve a 2Go Bank. O relatório do Coaf foi elaborado no ano passado e o Ministério Público de São Paulo o encaminhou à Polícia Federal. A corporação investiga o caso.

Essas movimentações chamam atenção porque os valores são incompatíveis com o fato dos usuários serem beneficiários do Bolsa Família.

A 2GO Bank foi fundada em 2020 pelo policial civil Cyllas Salerno Elia Júnior, à época lotado no Deic (Departamento Estadual de Investigações Criminais), órgão da Polícia Civil de São Paulo, responsável por atuar em ações estratégicas contra o crime organizado. A empresa foi alvo de operação da PF em novembro, após investigação indicar que os clientes da fintech a utilizavam para fazer movimentações financeiras anônimas, de difícil rastreabilidade, e encobrir dinheiro de origem criminosa.

Em nota, o Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS), responsável pelo Bolsa Família, informou que faz avaliações para identificar situações de inconsistência de renda de modo “rotineiro” e que iniciou estudos em agosto do ano passado para “aprimorar o procedimento” em 2025. A pasta afirma que o novo Cadastro Único (CadÚnico) entrará em operação em março e garantirá “maior precisão e confiabilidade” das informações, além de ajudar a evitar fraudes.

O Campo Grande News buscou mais detalhes junto ao Coaf, que informou não passar dados de casos específicos e que os relatórios são sigilosos.

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