Bloqueios deixam brasileiros "presos" no Paraguai
Sul-mato-grossenses que foram para festival no País vizinho enfrentam dificuldades na volta para casa
Brasileiros que foram ao Paraguai na esperança de curtir o festival Asunciónico tem enfrentado muita dor de cabeça. Primeiro pelo cancelamento do evento após uma tempestade devastar a cidade, e agora, pelo bloqueio de estradas promovido por caminhoneiros paraguaios em protesto contra a alta do diesel no País vizinho.
De acordo com a imprensa paraguaia, lideranças do setor bloquearam importantes saídas do país, como o acesso à Ponte da Amizade, em Foz do Iguaçu (PR), além de Ciudad Del Este, Salto del Guairá e Pedro Juan Caballero, que fazem fronteira com o Mato Grosso do Sul.
Com as principais rotas para o Brasil bloqueadas, viajantes com passagens compradas antecipadamente ficaram presos em rodoviárias do Paraguai. Algumas companhias até oferecem passagens de ônibus por rotas alternativas, mas uma viagem que normalmente demoraria 6 horas passaria para 10 horas, sem a certeza de que as estradas estariam totalmente liberadas.
Um grupo de amigos de Dourados também ficou preso na rodoviária de Concepción. Os amigos tentaram ir ao Paraguai na sexta-feira passada para o festival, mas devido aos bloqueios conseguiram atravessar a fronteira apenas no sábado. Agora, pelo mesmo motivo, os turistas enfrentam dificuldades para voltar ao Brasil.
“Não imaginaria que ia acontecer isso, consegui trocar a passagem, mas não tenho certeza de que vamos chegar em casa, espero que sim. É a primeira vez que vejo bloquearem estradas dessa maneira”, comentou a estudante de Ponta Porã, Mariana Cargões, que foi ao Paraguai na expectativa de assistir ao festival.
Frustrado com o cancelamento do evento musical, o estudante de Mato Grosso do Sul, Kairon Oliveira, até conseguiu comprar passagem, mas sem a certeza de que horas vai chegar em casa. “Comprei a passagem de volta quando cheguei aqui. Agora, só explicaram que as estradas estão fechadas, conseguimos comprar passagem em outra companhia mas a viagem vai demorar mais”, relatou.
Protestos - Associações que representam os caminhoneiros querem a retirada do ISC (Imposto Seletivo ao Consumo) dos combustíveis. Na tentativa de conter os protestos, o governo anunciou uma redução de 500 guaranis (cerca 35 centavos de real) no preço do diesel e da gasolina em postos com bandeira da Petropar, mas a proposta não foi aceita pelos caminhoneiros.
Diante da recusa dos caminhoneiros, o ministro do Interior do Paraguai Federico González afirmou que a Polícia Nacional fará operações para liberar as estradas. Segundo ele, as manifestações têm componente político, pois o governo já aceitou baixar os preços dos combustíveis.