Capitais que elegeram em 1º turno tiveram aumento nos casos da covid
Campo Grande teve aumento na ocupação de leitos de terapia intensiva, o que indica agravo real da doença
Cinco das sete das capitais brasileiras que definiram prefeito em primeiro turno nas eleições municipais, incluindo Campo Grande, tiveram aumento na média móvel de novos casos de covid-19, segundo dados do Ministério da Saúde. Comparando a média de 15 de novembro em relação à semana seguinte, a Capital teve aumento de 75% na quantidade de infectados pelo novo coronavírus por dia - uma das maiores variações em todo o País.
Além disso, Campo Grande teve aumento na quantidade de pacientes internados em leitos de terapia intensiva e clínicos, de acordo com dados da plataforma Sivep-Gripe, ligada à pasta federal. Em 8 de novembro eram 445 pessoas em unidades clínicas e 212 em UTIs (Unidade de Terapia Intensiva), números que foram para 631 e 257, respectivamente, em 15 de novembro.
No pós-eleição, em 22 de novembro, houve leve decréscimo de leitos clínicos ocupados - foi para 523, e o patamar de leitos de terapia intensiva se manteve alto - em 253.
Capitais que não tiveram segundo turno - Entre as sete capitais que não levaram a disputa para segundo turno, cinco registraram aumento dos casos de covid-19 nos dias seguintes à definição da nova prefeitura.
Natal (RN) teve o maior crescimento (472%), já que até o dia das eleições eram 18,71 casos por dia e sete dias depois, com reeleição de Álvaro Dias (PSDB), a cidade confirmava 107 infectados diariamente. Seguido dela, Campo Grande teve o segundo maior aumento, indo de 231,71 para 404,43.
Com reeleição de Alexandre Kalil (PSD), Belo Horizonte (MG) teve aumento de 68%, indo de de 150,29 casos para 252,14 nesse período. Assumindo a prefeitura de Palmas (TO) depois da renúncia do então prefeito, Cinthia Ribeiro (PSDB) se reelegeu na cidade que teve aumento de 58% por ter ido de 37,57 para 59,29 confirmações diárias. Por fim, depois da reeleição de Gean Loureiro (DEM), Florianópolis (SC) teve aumento de 20% já que foi de 383,86 para 461,57 infectados.
Salvador (BA) foi a única que elegeu em primeiro turno e que se manteve em "estabilidade" com acréscimo de 14% depois da escolha por Bruno Reis (DEM) que "assumiu legado" do então prefeito ACM Neto (DEM) - a capital baiana foi de 219 casos para 248,71.
Por fim, Curitiba (PR) foi a única que teve redução, de -53%. A capital paranaense, inclusive, teve maior redução nesse índice. Depois da reeleição de Rafael Greca (DEM) para a prefeitura da cidade, a média móvel foi de 134,14 casos diários para 63,71.
No geral - Dez capitais, entre as que foram ou não para segundo turno, tiveram aumento nos casos de covid-19 depois de 15 de novembro. São elas Natal (472%), Recife (108%), Aracaju (97%), Campo Grande (75%), Belo Horizonte (68%), Palmas (58%), Manaus (35%), Maceió (20%), Florianópolis (20%) e João Pessoa (19%).
10 capitais se mantiveram em estabilidade: São Luís (-14%), Salvador (14%), São Paulo (-8%), Boa Vista (-5%), Porto Velho (4%), Goiânia (4%), Rio de Janeiro (4%), Porto Alegre (2%), Brasília (2%), Rio Branco (1%).
Sete capitais brasileiras tiveram redução na média móvel de novos casos da covid-19 depois da eleição do primeiro turno: Cuiabá (-20%), Vitória (-23%), Belém (-23%), Macapá (-30%), Teresina (-37%), Fortaleza (-38%) e Curitiba (-53%).