Com 228 vagas em MS, motoristas começam o ano disputados "a tapa" pelo mercado

Basta uma rápida pesquisa na relação de vagas anunciadas pela Funtrab (Fundação do Trabalho) para percebermos que os motoristas estão entre os profissionais mais disputados pelo mercado no momento. Existem 228 vagas em 14 cidades de Mato Grosso do Sul. O ano começa com o mercado disputando "a tapa" estes profissionais.

Ao fazerem contato em busca de candidatos, os recrutadores costumam ouvir a mesma resposta: "Já estou empregado".

Só em Maracaju, distante 160 quilômetros de Campo Grande, existem 60 oportunidades de emprego. Dez delas são para condutores de caminhão em rotas regionais e internacionais. O restante é para trabalhar como motorista particular em uma grande empresa da região.

Para Campo Grande são 42 vagas incluindo motoristas de caminhão, de ônibus rodoviário e entregadores.

Três Lagoas, distante 327 quilômetros da Capital, também está entre as cidades com maior número de vagas. São 36 no total, duas delas específicas para quem dirige "caminhão-guincho pesado com munk".

Rio Brilhante é outra cidade com muitas vagas. São nove oportunidades para carreteiro, motoristas de ambulância, basculante, pipa e ônibus. O mapa abaixo traz mais detalhes de como estão distribuídas as ofertas de trabalho.

A crescente demanda por motoristas capacitados no setor de transportes não é novidade. No ano passado, o Governo Estadual lançou um programa chamado Voucher Transportador para oferecer qualificação e habilitação de graça nas categorias "D" e "E". Em agosto, no primeiro dia de inscrições, a procura já teve 500 candidatos para 660 vagas em sete cidades.

Em setembro foi feita a convocação para o curso de qualificação profissional e, segundo o Sest/Senat (Serviço Social do Transporte e de Aprendizagem), só em Campo Grande 263 pessoas estão fazendo aulas práticas nos Centros de Formação de Condutores para mudança de categoria na CNH (Carteira de Nacional de Habilitação). Mais 130 serão encaminhadas ainda neste mês.

De acordo com o Sindicargas (Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Transportes Rodoviários de Cargas Secas e Molhadas), que representa 35 mil funcionários da área, a demanda começou a ficar bem maior que a procura nos últimos anos com a chegada da Suzano, empresa do ramo de celulose que atua na região Leste.

Segundo Gilmar Ribeiro, presidente do Sindicato no Estado, diante de tanta vaga sobrando, os empresários começaram a oferecer treinamento de graça e até transferência de categoria na habilitação.

"Várias empresas estão fazendo isso. A transportadora Juli Simões é uma delas. O mercado contrata a pessoa, mesmo sem experiência, já com a garantia da qualificação e sem custos para mudança de categoria da carteira de "C" e "D" para "E", conta o presidente do Sindicargas, Gilmar Ribeiro da Silva.

Ele ainda diz que com tanta procura os salários chegam a R$ 7 mil, mais R$ 900 de ticket alimentação e cesta básica de quase R$ 600. Planos médicos e odontológicos também passaram a fazer parte dos benefícios com mais frequência.

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