De resgate em capotagem a segurar bezerro "à unha" promovem PMs por bravura

A promoção por ato de bravura é concessão dada para atos relacionados a práticas incomuns de coragem e audácia de integrantes das forças policiais. Esta semana, publicação no Diário Oficial listou alguns agraciados, que agiram em casos de afogamento, acidente de trânsito é até imobilização de bezerro que escapou durante leilão.

O caso no leilão aconteceu em 2016, durante a 28ª Festa do Peão de Taquarussu, a 332 quilômetros de Campo Grande. O então subtenente Jaferson Belardo Nunes estava de folga e foi ao evento para almoçar. Durante a apresentação dos animais que seriam leiloados, uma novilha escapou e pulou por cima da contenção.

O local estava cheio de mesas. “Tinha muita criança, muitas senhoras, só me restou partir parra cima dele”, contou o recém promovido 2ª tenente. Sem conhecer técnica de imobilização, somente lhe ocorreu segurar o animal pela cabeça. O animal foi se debatendo e chegou a atingir uma idosa, sem gravidade.

O policial foi arrastado enquanto tentava imobilizar o animal que acabou caindo. Somente depois disso é que outros se aproximaram e o imobilizaram. “Fiquei com roupa rasgada, perdi meus óculos, mas, se não tivesse feito isso, acho que machucaria mais gente”.

Em casa, começou a sentir falta de ar e procurou ajuda médica, achando que tinha quebrado costela. Ficou internado por um dia para exames. O feito teve reconhecimento na cidade, com homenagens. Somente agora é que o pedido de promoção por ato de bravura foi decretado, conforme publicação de sexta-feira no Diário Oficial do Estado.

Na mesma edição, constam outros agraciados por atos de bravura. Os policiais Alexandre Saraiva Gonçalves (2º tenente), Luiz Carlos Molina Azevedo (2º sgto) e Maycon Cesar Rodrigues (2º sgto), por salvar dois que estava se afogando após naufrágio de embarcação, no rio Iguatemi, em Tacuru.

Em outro caso, os quatro policiais resgataram vítima de acidente de trânsito, na BR-262, entre Terenos e Aquidauana, em fevereiro de 2015.

Na ocasião, um advogado, então com 51 anos, sofreu mal súbito e capotou o veículo que conduzia.

O veículo teve princípio de incêndio e os policiais militares que passavam pela rodovia usaram extintores de outros veículos e da viatura para apagar o fogo. com extintores próprios e de outros motoristas o fogo foi controlado pelos policiais militares. A vítima foi retirada pela porta traseira do veículo. O controle do tráfego e os primeiros atendimentos foram prestados pelos PMs até a chegada do socorro da ambulância.

Foram promovidos os militares João Vicente Pereira Junior (2º sargento), Adriano Soares de Souza (3° sargento), José Laurentino dos Santos Neto (3° sargento), Fabrício de Carvalho Moura (2º sargento).

Em julgamento sobre a classificação de ato de bravura, em 2018, o STJ (Superior Tribunal de Justiça) avaliou que a concessão está inserida em análise que envolve oportunidade e conveniência, além de estar relacionado ao caráter subjetivo da ação. O policial beneficiado por essa modalidade de promoção tem relação com a prática de atos incomuns de coragem e audácia, ultrapassando os limites comuns.