Deslizamentos e crateras em rodovia gaúcha ilham motorista de MS
Pessoas de outros estados estão na mesma situação, dormindo nos veículos desde terça-feira (30)
Marciliel da Silva Garcia, 37, é um dos motoristas que acabaram ficando presos desde terça-feira (30) na BR-386, rodovia que fica no Rio Grande do Sul, na cidade Pouso Novo, perto de Soledade e Lajeado. Ele mora em Campo Grande e trabalha fazendo fretes e mudanças com uma carreta entre estados diferentes.
As fortes chuvas e inundações que atingem o estado gaúcho fizeram surgir várias crateras no trecho da rodovia onde ele parou, e houve deslizamentos nos morros que margeiam a estrada.
"Não vai pra trás nem pra frente", contou hoje (4) Marciliel, sobre a situação. Os motoristas ilhados estão dormindo nos caminhões há quatro dias, e felizmente conseguiram ajuda num CTG (Centro de Tradição Gaúcha) próximo à estrada para se alimentarem.
Ele relata que não há serviço de água, energia elétrica e internet via cabo funcionando na região onde está.
Avisar as famílias - Como o celular dele é o único que tem linha telefônica funcionando e está acessando a internet, decidiu compartilhar o aparelho com os outros motoristas. "Assim, eles podem avisar as famílias que estão bem", fala.
"Tem mais de 200 motoristas de diversas cidades e regiões do Brasil. De Roraima, do Amazonas, do Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, São Paulo, do estado aqui do Rio Grande do Sul mesmo, de Santa Catarina, enfim, diversas regiões", fala.
O motorista carrega uma mudança que saiu de Porto Alegre (RS) rumo a Pelotas (RS). Ele não sabe como vai conseguir concluir o serviço e quando vai conseguir remover o veículo da BR.
Tragédia - Até o início desta manhã, o Rio Grande do Sul registrou 56 mortes devido às chuvas, que começaram no início da semana.
De acordo com boletim da Defesa Civil, 281 municípios foram afetados deixando 8.296 pessoas em abrigos e 24.666 pessoas desalojadas. O número de desaparecidos chega a 67. São 74 os feridos.
Danos e alterações no tráfego atingem 128 trechos de 68 rodovias, apenas entre as estaduais, em todo o Estado. Os dados consideram o que foi registrado até a noite desta sexta-feira (3).d
Ainda segundo a Defesa Civil, ao menos 350 mil pontos residenciais e comerciais seguem sem energia elétrica.
Com informações da Agência Brasil.