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Cidades

Destino de aluno de 11 anos vai ser decidido na Justiça, afirma escola

Após reunião com os pais, a instituição afirmou que não tem autoridade sobre expulsão do aluno

Fernanda Palheta e Silvia Frias | 11/04/2019 19:53
Alunos serão acolhidos e a segurança interna será reforçada, garantiu a direção da escola (Foto: Kisie Ainoã)
Alunos serão acolhidos e a segurança interna será reforçada, garantiu a direção da escola (Foto: Kisie Ainoã)

Afastado por tempo indeterminado, o destino do estudante de 11 anos do 7° ano do ensino fundamental, que teria ameaçado matar colegas, funcionários e professores, será decidido pela Vara de Infância e Juventude de Campo Grande. Após a repercussão do caso, a diretoria da Escola Paulo Freire, realizou uma reunião com todos os pais de alunos, na tarde desta quinta-feira (11), para esclarecer a situação e passar as medidas que serão tomadas. O encontro reuniu cerca de 30 pais.

Conforme a diretoria da escola a expulsão do estudante será decidida somente na esfera judicial. “Em nenhum momento foi falado em expulsão, até porque não sabemos ao certo o que aconteceu – o caso está sendo investigado – não podemos prejulgar”, detalhou o advogado da Escola Paulo Freire, Marcelo Kroetz. “A escola não tem autoridade para fazer esse julgamento, para dizer se houve risco ou não. Quem tem que fazer isso é o juiz com o auxílio de uma equipe multidisciplinar”, completou o advogado.

Segundo ele todas as medidas judiciais foram tomadas. “Entramos com um processo judicial e estamos esperando a manifestação do juiz. Também fomos a delegacia e a delegada se comprometeu a nos atender e vai tomar as atitudes que julgar pertinentes”, adiantou o Kroetz. O caso também será levado ao Ministério Público na próxima segunda-feira (15). “A escola está fazendo a parte dela”, reforça.

Além das medidas judiciais, a escola também se posicionou sobre as ações que serão realizadas na instituição, que vai desde o reforço da segurança interna até o acolhimento dos alunos. “Vamos acolher os alunos, aumentar a segurança para os pais se sentirem mais seguros, fazer palestras e. A escola vai dar apoio para a família e para os alunos”, explicou. A diretoria da Escola negou que serão realizadas revistas todos os dias em qualquer aluno.

“É preciso acolher”

Após a reunião com a diretoria da escola, a maiorias das mães entrevistadas pelo Campo Grande News, se posicionou contra a expulsão do estudante. A mãe de duas alunas que estudam no 5º e 9º ano, que participou da reunião, mas não quis se identificar, disse este não é o caminho. Ela avaliou que o menino deve ser mantido e acolhido na instituição e que o alarde criado a partir de mensagens no WhatsApp fez “potencializaram o caso, fizeram um inferno de tudo isso”.

A mulher disse que ficou com medo em primeiro momento com o áudio da mãe relatando as ameaças, mas se tranquilizou. “Quando a gente conversa com outras mães no particular, fora do grupo, você começa a perceber que não é daquele jeito, não foi tudo isso”, afirmou.

Ela criticou ainda a postura de alguns pais que não foram à reunião, oportunidade que teria param esclarecer a situação. “Nas redes sociais, fizeram um escarcéu, hora que tem que aparecer, ninguém aparece”.

Outra mãe de dois estudantes, do infantil e do 5º ano, que também estava na reunião e não quis se identificar, não concorda com a expulsão do garoto. “Foi muito boato no acontecimento e não deu tempo da escola investigar”, avaliou. Ela lembrou que, desde 2018, a escola desenvolve projeto anti-bullying.

O pânico dos pais começou depois que a mãe de um dos alunos da Escola Paulo Freire enviou áudio no grupo no WhatsApp em que relatou uma possível ameaça feita por estudante de 11 anos do 7º ano, que teria prometido matar colegas, funcionários e professores. O relato teria sido feito pela filha dessa pessoa, que, assustada, compartilhou com outros pais.

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