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Cidades

Em 2022, mortalidade materna reduziu 60% no Estado

Na última década, Mato Grosso do Sul registrou mais mortes maternas em 2021

Gabriel de Matos | 26/01/2023 12:23
Morte materna é a morte de uma mulher durante a gravidez ou nos 42 dias seguintes ao parto (Foto: Paulo Francis)
Morte materna é a morte de uma mulher durante a gravidez ou nos 42 dias seguintes ao parto (Foto: Paulo Francis)

A SES-MS (Secretaria Estadual de Saúde de Mato Grosso do Sul) registrou 60% menos mortes maternas em 2022 na comparação com o ano anterior. Foram 20 óbitos nos 12 meses do ano passado e 50, no mesmo período, em 2021.

O ano de 2021 foi o que mais registrou mortes de mulheres grávidas na série histórica, desde 2012, conforme os dados da pasta. A principal causa foi relacionada com doenças causadas por vírus após a gravidez, sendo responsável por 24 dos 50 casos.

A médica ginecologista e obstetra Camila Arantes Insuela explica que a redução das vítimas pode ocorrer por duas situações, ambas relacionadas à pandemia do coronavírus. "A diminuição dos casos graves de covid-19 e também a retomada de um pré-natal adequado. Ainda podemos melhorar esse número com uma assistência pré-natal de qualidade para todas as gestantes".

Vale destacar que as mortes consideradas maternas envolvem a gestante durante o período de gravidez e até 42 dias após o parto. Entram na estatística casos a partir de qualquer fator relacionado ou agravado pela gravidez ou seu tratamento, mas não de causas acidentais.

Insuela ressalta que as grávidas são pacientes de alto risco para doenças e requerem cuidado maior dos sistemas de saúde, tanto o SUS (Sistema Único de Saúde) quanto o privado. "Com o surgimento da covid-19 e a gestante sendo considerada um paciente de alto risco para desfechos desfavoráveis por essa doença, tivemos um aumento nas expressões dos óbitos maternos pelo vírus".

Ela completa que por se tratar de uma doença desconhecida, até então, não se sabia quais as formas de reduzir a infecção de mulheres gestantes. "Não sabíamos exatamente o que poderia ser feito para evitar que mais gestantes fossem infectadas. Com a vacinação, reduzimos os óbitos por covid-19 neste grupo".

A ginecologista explica que doenças com baixa letalidade na população em geral, como a gripe, podem gerar consequências graves às futuras mães. Além disso, sedentarismo, obesidade e a pré-eclâmpsia (doença hipertensiva específica da gravidez) são fatores de risco.

Como podemos ver, um conjunto de vários fatores torna a gestante suscetível a eventos adversos durante a gestação e, por isso, a importância em ter um acompanhamento mensal, no mínimo, por um profissional da saúde, seja ele médico ou enfermeiro", alerta a médica.

Dados de 2022, disponibilizados pela SES, indicam que 60% das mortes aconteceram em até 42 dias após o parto. Por outro lado, foram apenas quatro óbitos maternos na gravidez. Mortes no aborto e no parto somaram duas, cada uma.

Vale destacar que todas as mulheres que faleceram na gravidez ou no período de 42 dias seguintes têm entre 19 e 39 anos. A única gestante que morreu com menos de 19 anos foi durante o parto. O óbito registrado acima de 40 anos foi no aborto.

Em relação aos dados de 2021, 38 óbitos foram registrados 42 dias após o parto. Durante a gravidez, foram nove. No aborto, duas mulheres morreram e durante o parto, uma mulher. A faixa etária com mais mortes foi entre 19 e 39 anos, com 41 das 50 vítimas.

Por fim, a médica informa que o pré-natal é a a melhor forma para evitar as complicações durante e após a gravidez. "Assim que a paciente descobre a gestação ela deve procurar o posto de saúde para iniciar seu pré-natal. A partir daí ela deve fazer consultas mensais até 34 semanas, depois quinzenais até 38 semanas, e após semanais até o parto".

A SES foi consultada pelo Campo Grande News sobre os números disponibilizados. Até o momento, não tivemos resposta.

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