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Cidades

Em MS, 570 profissionais de saúde já foram infectados pela covid-19

Pela tabela da SES, 257 destes já estão recuperados, mas índice preocupa por comprometer atendimento e aumentar casos em MS

Silvia Frias | 24/06/2020 10:00
No HR, 7 servidores foram infectados pela doença (Foto/Divulgação)
No HR, 7 servidores foram infectados pela doença (Foto/Divulgação)

Em Mato Grosso do Sul, 570 profissionais da saúde foram infectados pelo novo coronavírus (covid-19). Destes, 257 já estão recuperados, mas 313 ainda constam como em tratamento no sistema da SES (Secretaria Estadual de Saúde) e estão afastados das funções. As contaminações são motivo de preocupação por comprometer o atendimento e pelo aumento das notificações da doença.

Os dados fazem parte do sistema Painel Mais da SES que discrimina a infecção de covid-19 em Mato Grosso do Sul e detalha os 3.304 exames realizados em profissionais da saúde. Nesta tabela, somente em Campo Grande, foram 311 infectados, sendo que 146 estão recuperados, ou seja, 165 ainda estão em tratamento.

Na tabela da SES, não constam ainda as mortes da técnica de enfermagem Rosimeire Ajala, 44 anos, ocorrida na madrugada de ontem (23) e da servidora administrativa de Dourados Malory Melo, 54 anos, que estava cedida para a farmácia da secretaria de Saúde e morreu no dia 13 de junho.

Pelos dados da Sesau (Secretaria Municipal de Saúde), há diferença no número de casos positivos em Campo Grande, contabilizados em 245. Na lista,  profissionais das redes pública e privada: 59 médicos, 48 enfermeiros, 44 técnicos de enfermagem, além de fisioterapeutas, odontólogos, psicólogos, nutricionistas e farmacêuticos. Segundo assessoria, nem todos são “linha de frente” no combate à covid, mas estavam em atividade em instituições de saúde.

O clínico geral Renato Figueiredo, que compõe a diretoria do Sinmed (Sindicato dos Médicos de Mato Grosso do Sul), diz que os hospitais estão sendo fiscalizados no cumprimento de medidas de biossegurança, mas também alerta que os profissionais devem denunciar irregularidades. “São os mais expostos à doença, é grupo de risco, falta de EPI hoje em dia é inadmissível, por exemplo”.

Figueiredo avalia que a pandemia de covid-19 trouxe situação nova e que todos estão aprendendo a lidar com a doença. Mas destaca que é importante o treinamento continuado por conta das atualizações de protocolos. “Não se cria um hábito em treinamento pontual, é preciso ser recorrente”.

De acordo com assessoria do Hospital Regional, há sete servidores infectados pela doença, não discriminado por funções. Em abril, o hospital passou por desinfecção, medida para minimizar possível contágio dentro do prédio.

Ontem, em nota, a diretoria da instituição fez duras críticas ao comportamento da população, citando as constantes aglomerações, que podem aumentar o número de infectados e comprometer o atendimento público. “Além da grande taxa de ocupação dos leitos, nossos combatentes estão sendo infectados; estamos perdendo tempo, espaço e vidas humanas para a covid-19.” A assessoria informa que a redução de pessoal altera escala de trabalho.

A assessoria da Sesau informou que suspendeu atendimentos ambulatoriais para reforçar o combate ao coronavírus e as “baixas pontuais” não impacta o atendimento público, pois, quando necessário, é pedido apoio de unidades próximas.

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