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Cidades

Estigmatizada, HIV tem 174 registros em MS neste ano

Há mais de 12 mil sul-mato-grossenses vivendo com o vírus, atualmente

Guilherme Correia | 01/12/2022 12:30
Preservativos são distribuídos gratuitamente no Sistema Único de Saúde em todo território brasileiro. (Foto: Kísie Ainoã)
Preservativos são distribuídos gratuitamente no Sistema Único de Saúde em todo território brasileiro. (Foto: Kísie Ainoã)

Mato Grosso do Sul registrou, ao menos, 174 casos de HIV (Vírus da Imunodeficiência Humana) no Sinan (Sistema de Informação de Agravos de Notificação), sistema controlado pelo Ministério da Saúde, entre janeiro e o fim de novembro deste ano. Esta quinta-feira (1º) marca o Dia Mundial da Luta Contra o HIV/aids.

A data simbólica vem para encorajar quem é portador do vírus a retomar o autocuidado e reforçar a importância do controle adequado da doença, além de fortalecer a rede de apoio às PVHIV (Pessoas Vivendo com HIV).

Vale ressaltar que o HIV é diferente da aids. O primeiro é o vírus e o segundo a doença. Um é o transmissor e o outro é o agravo que se desenvolve no organismo da pessoa.

Já no ano passado, a SES (Secretaria Estadual de Saúde) avaliou que a situação estava sob controle, com redução de casos - indo de 646 casos em 2020 para 501 em 2021. Ainda assim, um dos fatores era que a pandemia poderia ter influenciado na subnotificação.

Via SUS (Sistema Único de Saúde), a população sul-mato-grossense tem direito a testes de detecção da doença, bem como de preservativos masculinos, em todas as unidades de saúde dos 79 municípios. As camisinhas não têm restrição de quantidade e identificação. Em Mato Grosso do Sul, há mais de 12,4 mil PVHIV.

Notificação - Segundo publicação do Ministério da Saúde, taxa de detecção de aids tem caído no Brasil desde 2013. “Essa redução está relacionada em parte aos efeitos da subnotificação de casos causada pela sobrecarga dos serviços de saúde durante a pandemia de covid-19”.

As reduções mais elevadas na taxa de detecção ocorreram em Roraima (46,9%), Acre (39,6%), Mato Grosso do Sul (36%), Pará (31,1%) e Maranhão (30,3%), enquanto as menores se observaram em Tocantins (6,7%), Alagoas (9,7%) e São Paulo (12,4%);

Entre 2011 e 2021, verificou-uma queda de 24,6% na mortalidade do Brasil, que passou de 5,6 para 4,2 óbitos por 100 mil habitantes. No mesmo período, observou-se redução nesse coeficiente na maioria dos estados, mas nove unidades da federação tiveram aumento: Acre (158,8%), Paraíba (29,2%), Amazonas (24,6%), Rondônia (22,3%), Rio Grande do Norte (18,7%), Piauí (12,6%), Alagoas (11,7%), Pará (7,2%) e Mato Grosso do Sul (3,9%).

Na atualização mais recente, Mato Grosso do Sul ficou na 11ª posição do ranking de unidades da federação com maior índice composto da doença - ou seja, maior incidência de casos e mortes.

HIV - O vírus ataca determinadas células específicas do sistema imunológico de uma pessoa, que são as responsáveis por defender o corpo humano contra determinadas doenças. Por exemplo, quando pegamos gripe, geralmente nosso corpo consegue se recuperar, passados alguns dias de descanso e demais cuidados. Isso acontece por conta do nosso sistema imunológico.

Contudo, o corpo dos humanos não consegue se livrar do vírus HIV e irá conviver com isso durante toda a vida. Entretanto, isso não significa que quem tiver esse vírus vai desenvolver a Aids, que é a doença. Desta forma, muitas pessoas conseguem viver normalmente, fazendo todas suas atividades sem quaisquer problemas, mesmo tendo HIV.

Conforme nota técnica do Ministério da Saúde, o estigma e a discriminação relacionados ao HIV são um dos combustíveis da desigualdade e ainda hoje são a maior barreira de acesso a todas as tecnologias biomédicas disponíveis em território nacional. “Evitar a aids é possível, conhecendo o seu diagnóstico e buscando iniciar o mais rápido possível o tratamento com medicamentos antirretrovirais".

Ao alcançar a supressão viral, conhecida como carga viral indetectável, a quantidade de vírus existente no organismo baixa ao ponto de se tornar intransmissível. A pessoa vivendo com HIV pode e deve, portanto, levar uma vida saudável, livre de preconceitos e estigmas.”

Existe cura para a Aids? Até o momento, não. Nenhum remédio ou qualquer produto é capaz de curar alguém que tenha Aids. Além disso, o vírus HIV também não tem nenhum tipo de fármaco capaz de impedi-lo.

Contudo, é importante dizer que há tratamento para isso. Sem o tratamento antirretroviral, o HIV usa essas células do sistema imunológico para replicar outros vírus e as destroem, tornando o organismo incapaz de lutar contra outras infecções e doenças.

A transmissão do HIV se dá por meio de relações sexuais desprotegidas, pelo compartilhamento de seringas, materiais perfurocortantes contaminados e não esterilizados e por meio da transmissão vertical durante a gravidez, parto e/ou amamentação, quando não tomadas as devidas medidas de prevenção.

Aproximadamente 866 mil pessoas vivem com HIV no Brasil e, a cada ano, são registrados cerca de 40 mil novos casos de HIV, principalmente entre os jovens. Muitas pessoas ainda desconhecem o seu status sorológico; por isso, é necessário que todos os indivíduos com vida sexual ativa façam a testagem regular para o HIV. Além disso, é importante conhecer as formas de transmissão e prevenção ao HIV.

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