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Economia

INSS recebe 1,9 milhão de pedidos para excluir descontos não autorizados

Em levantamento, 90% dos pedidos relataram ausência de autorização por parte dos beneficiários

Por Gustavo Bonotto | 28/04/2025 21:40
INSS recebe 1,9 milhão de pedidos para excluir descontos não autorizados
Agência Horto Florestal na Rua Anhanduí, em Campo Grande. (Foto: Arquivo/Murilo Medeiros)

Auditoria interna do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) identificou que 1,9 milhão de pedidos para excluir descontos associativos não autorizados foram feitos entre janeiro de 2023 e maio de 2024, por beneficiários que procuraram atendimento presencial no órgão em todo o país.

A constatação foi divulgada nesta segunda-feira (28), após parte do sigilo da investigação da Operação Sem Desconto, da Polícia Federal, ser suspenso. Segundo o relatório, os requerimentos foram motivados por cobranças indevidas feitas por entidades que inseriram mensalidades no sistema do INSS sem o consentimento dos segurados.

De acordo com a auditoria, 90% dos pedidos relataram ausência de autorização por parte dos beneficiários. O volume de solicitações corresponde a 16,6% de todos os requerimentos recebidos pelo INSS no período analisado, o que causou sobrecarga no atendimento e aumento da fila de espera.

Técnicos da autarquia calcularam que o tempo gasto para atender aos pedidos equivale a mais de 49 mil dias de trabalho de um servidor com jornada de oito horas.

Além do impacto no atendimento, os auditores estimaram um prejuízo financeiro de R$ 5,9 milhões. O valor se refere ao custo operacional das consignações processadas pela Dataprev, empresa responsável pelo sistema de dados da Previdência. Embora os custos devam ser pagos pelas associações, a falta de contrato direto entre essas entidades e a Dataprev tem feito com que o INSS arque com os valores.

Segundo a auditoria, se as regras sobre o consentimento dos segurados tivessem sido cumpridas, mais de um milhão de pedidos para excluir mensalidades poderiam ter sido evitados.

O outro lado - Em nota divulgada após a deflagração da operação, o INSS afirmou que dos 11 grupos investigados, apenas um firmou acordo com a autarquia em 2023, e que os descontos indevidos ocorreram em administrações anteriores. O órgão disse ainda que não comenta decisões judiciais em andamento.

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