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Cidades

“Gatos” na energia elétrica geram prejuízo em cadeia, diz Energisa

Ligações ilegais afetam distribuição, podem interromper fornecimento e deixam conta de energia mais cara

Guilherme Correia e Cleber Gellio | 04/08/2022 11:52
Ligação elétrica feita de forma irregular em poste improvisado na Capital. (Foto: Henrique Kawaminami/Arquivo)
Ligação elétrica feita de forma irregular em poste improvisado na Capital. (Foto: Henrique Kawaminami/Arquivo)

As ligações elétricas ilegais, popularmente conhecidas como “gatos”, afetam a distribuição de energia aos vizinhos e podem até provocar interrupção no fornecimento. Segundo a Energisa, se as ocorrências fossem eliminadas, a tarifa de energia poderia ser reduzida em 1,3%.

Os furtos também influenciam na arrecadação do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços), em cerca de R$ 32,7 milhões. Considerando também as perdas técnicas, nos municípios contemplados, a empresa afirma que há déficit de 12%.

De acordo com a concessionária de energia elétrica em 74 municípios sul-mato-grossenses, há equipes de fiscalização espalhadas por todas as cidades contempladas. Em 2021, foram inspecionados 79 mil unidades e conseguiram a regularização de 25 mil delas. A previsão, neste ano, é de verificar 83 mil unidades e regularizar 30 mil.

O coordenador de operações do DPE (Delegacia de Polícia Especializada), delegado Paulo Henrique de Sá, explica que o perfil mais comum é furtos de redes de baixa potência. Algumas exceções são de alta tensão.

Mapa de ocorrências de furtos de energia em Campo Grande, mapeados pela Energisa. (Foto: Cleber Gellio)
Mapa de ocorrências de furtos de energia em Campo Grande, mapeados pela Energisa. (Foto: Cleber Gellio)

O gerente de serviços comerciais da Energisa, Helier Fioravante, afirma que o índice tem reduzido desde 2014, mas que as preocupações permanecem. “O cenário ideal é o de conscientização. Furtar energia é um crime, assim como furtar um celular”, exemplifica. Segundo ele, trata-se de um problema de segurança pública e que também pode levar à morte.

A Energisa possui ferramentas para identificar irregularidades e notificar o cliente, caso necessário, com período de 30 dias para contestação. É feita a notificação e o morador assina digitalmente, antes da autuação.

Segundo Sá, a preservação do medidor de energia é importante para ser usado como prova. Ele ressalta que o crime pode levar à cadeia por um a quatro anos, de acordo com o artigo 155 do Código Penal. A empresa destaca que as ocorrências são mais comuns em municípios da faixa de fronteira e, na Capital, em bairros mais populosos.

No Estado, a Energisa possui 328 mil metros quadrados de concessão e 105 mil quilômetros de linhas de transmissão, em 103 subestações. Em todo o Brasil, há 11 distribuidoras em 11 diferentes estados, atendendo 8,2 milhões de consumidores.

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