ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
JULHO, QUARTA  17    CAMPO GRANDE 24º

Cidades

“Gatos” na energia elétrica geram prejuízo em cadeia, diz Energisa

Ligações ilegais afetam distribuição, podem interromper fornecimento e deixam conta de energia mais cara

Guilherme Correia e Cleber Gellio | 04/08/2022 11:52
Ligação elétrica feita de forma irregular em poste improvisado na Capital. (Foto: Henrique Kawaminami/Arquivo)
Ligação elétrica feita de forma irregular em poste improvisado na Capital. (Foto: Henrique Kawaminami/Arquivo)

As ligações elétricas ilegais, popularmente conhecidas como “gatos”, afetam a distribuição de energia aos vizinhos e podem até provocar interrupção no fornecimento. Segundo a Energisa, se as ocorrências fossem eliminadas, a tarifa de energia poderia ser reduzida em 1,3%.

Os furtos também influenciam na arrecadação do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços), em cerca de R$ 32,7 milhões. Considerando também as perdas técnicas, nos municípios contemplados, a empresa afirma que há déficit de 12%.

De acordo com a concessionária de energia elétrica em 74 municípios sul-mato-grossenses, há equipes de fiscalização espalhadas por todas as cidades contempladas. Em 2021, foram inspecionados 79 mil unidades e conseguiram a regularização de 25 mil delas. A previsão, neste ano, é de verificar 83 mil unidades e regularizar 30 mil.

O coordenador de operações do DPE (Delegacia de Polícia Especializada), delegado Paulo Henrique de Sá, explica que o perfil mais comum é furtos de redes de baixa potência. Algumas exceções são de alta tensão.

Mapa de ocorrências de furtos de energia em Campo Grande, mapeados pela Energisa. (Foto: Cleber Gellio)
Mapa de ocorrências de furtos de energia em Campo Grande, mapeados pela Energisa. (Foto: Cleber Gellio)

O gerente de serviços comerciais da Energisa, Helier Fioravante, afirma que o índice tem reduzido desde 2014, mas que as preocupações permanecem. “O cenário ideal é o de conscientização. Furtar energia é um crime, assim como furtar um celular”, exemplifica. Segundo ele, trata-se de um problema de segurança pública e que também pode levar à morte.

A Energisa possui ferramentas para identificar irregularidades e notificar o cliente, caso necessário, com período de 30 dias para contestação. É feita a notificação e o morador assina digitalmente, antes da autuação.

Segundo Sá, a preservação do medidor de energia é importante para ser usado como prova. Ele ressalta que o crime pode levar à cadeia por um a quatro anos, de acordo com o artigo 155 do Código Penal. A empresa destaca que as ocorrências são mais comuns em municípios da faixa de fronteira e, na Capital, em bairros mais populosos.

No Estado, a Energisa possui 328 mil metros quadrados de concessão e 105 mil quilômetros de linhas de transmissão, em 103 subestações. Em todo o Brasil, há 11 distribuidoras em 11 diferentes estados, atendendo 8,2 milhões de consumidores.

Nos siga no Google Notícias