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Cidades

Governo “confia no servidor”, diz secretário sobre folga de Carnaval

Geraldo Resende espera que população tenha consciência e não aglomere durante o feriadão

Anahi Zurutuza | 04/02/2021 11:01
Secretário de Saúde, Geraldo Resende, durante entrevista (Foto: Marcos Maluf/Arquivo)
Secretário de Saúde, Geraldo Resende, durante entrevista (Foto: Marcos Maluf/Arquivo)

Defensor da suspensão do ponto facultativo para os cerca de 47 mil servidores estaduais na ativa, como forma de evitar aglomerações durante o feriado de Carnaval, o secretário estadual de Saúde, Geraldo Resende, diz respeitar a decisão do governador, Reinaldo Azambuja (PSDB), de manter a folga prolongada para o funcionalismo público.

O secretário afirma que além do COE (Centro de Operações de Emergências) ter entendido que o “cancelamento do feriadão” não surtiria o efeito esperado no que diz respeito a frear o contágio do novo coronavírus, o governador “confia nos servidores”. “Acredita que não vão participar de aglomerações, vão evitar situações que vivenciamos em outros feriados prolongados e que depois, tivemos resultados que não gostaríamos [aumento no número de casos e mortes pela covid-19]”.

Depois de enfrentar a segunda onda de contaminação do novo coronavírus, em dezembro, quando Mato Grosso do Sul chegou a ter média de 25 mortes por dia e registrar recorde de 33 óbitos em 24 horas – no dia 5 de janeiro –, a curva de contágio no Estado começou a dar sinais de queda. Desde 10 de janeiro, média de novos casos registrados e mortes estão em queda a cada dia, mas ainda em patamar alto – mais de 20 mortes e de 1 mil casos por dia.

Apesar de não haver controle da pandemia, para o governador, como os servidores na ativa representam menos de 2% da população sul-mato-grossense, um eventual cancelamento do ponto facultativo seria ineficiente no enfrentamento da pandemia e que o funcionalismo não pode ser penalizado. “Você não pode tomar uma atitude por 47 mil pessoas em um universo de 2,8 milhões. Fica parecendo que são os funcionários públicos os culpados pelas aglomerações e não é isso. O que nós não podemos ter é as aglomerações. E elas não são feitas só pelos funcionários públicos, mas por todos que, muitas vezes, não têm a consciência”, ressaltou Reinaldo via assessoria de imprensa.

Geraldo Resende ainda teme, porém, que com as viagens durante o feriadão, as pessoas deixem de tomar os cuidados necessários, para proteção e não espalhar a doença. O secretário não deixa de fazer o apelo que repete desde março do ano passado. “Espero que a população compreenda que é importante manter o isolamento, o uso de máscara e que contribua”.

Conforme calendário publicado no dia 18 de dezembro de 2020, servidores têm folga nos dias 15 e 16 de fevereiro, além do dia 17 até às 13h, em razão da Quarta-feira de Cinzas.

O chefe da SES (Secretaria Estadual de Saúde) lembra que o toque de recolher foi prorrogado por mais 15 dias, a contar de ontem (3). Fica proibida a circulação de pessoas pelas ruas das 22h às 5h, inclusive nos dias de Carnaval.

O secretário afirma que mais medidas restritivas podem ser implantadas em todo o Mato Grosso do Sul nos próximos dias. “Algumas outras medidas que poderão ou não serem tomadas. Estão na mesa do governador. Ele vai fazer considerações e decidir. Quem decide é o governador, logicamente, ouvindo a equipe”.

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