Governo pagará até R$ 26 mil por cirurgia feita em mutirão para zerar fila
Administração estadual pagará até seis vezes mais que SUS por procedimentos e exames para compensar defasagem
O Governo de Mato Grosso do Sul pagará até R$ 26.810,56 por cirurgia e R$ 2,1 mil por exame feito durante os mutirões do “Mais Saúde”, programa lançado nesta segunda-feira (9) pelo governador Eduardo Riedel (PSDB). Os valores foram publicados em edição extra do DOE (Diário Oficial do Estado).
No caso da cirurgia chamada artrodese intersomática via posterior, um tratamento para a coluna, o Estado pagará R$ 12.997,74 pelo procedimento e arcará com os custos de R$ 13.812,82 nos insumos necessários para a reabilitação ortopédica do paciente.
Na área oftalmológica, a intervenção mais cara é a vitrectomia, para tratamento de doenças na retina, cujo valor pago pela administração estadual ao hospital que realizar o procedimento será de R$ 9.403,68.
O exame mais caro na “tabela própria” é o cateterismo cardíaco, cuja remuneração será de R$ 2,1 mil.
Incentivo – Para atrair mais hospitais para a força-tarefa com objetivo de zerar as filas de cirurgias eletivas (sem emergência) e diagnósticos no Estado, o governo decidiu dobrar e até sextuplicar os valores pagos pelo SUS (Sistema Únicos de Saúde) por procedimentos e exames.
Na segunda-feira, durante o lançamento do “Mais Saúde”, o secretário estadual de Saúde, Maurício Simões, explicou que a medida foi tomada para compensar defasagem de mais de uma década. “A tabela SUS tem 11 anos que não sofre reajuste. Está completamente defasada. Então, nós multiplicamos os valores”.
De acordo com o secretário, a partir desta terça-feira (9), o Estado começa a credenciar hospitais públicos, filantrópicos e particulares, para os mutirões. As direções das unidades devem procurar os municípios para a inscrição, mas exigências também foram publicas no DOE extra desta terça-feira (9).
“Mais Saúde” – Na tarde de ontem, Riedel anunciou pacote de R$ 112 milhões em investimentos na Saúde – R$ 52 milhões para mutirões de 15 mil cirurgias eletivas (sem emergência) em diversas especialidades e 42,5 mil exames.
O governador explicou que apesar dos esforços nos últimos anos para acabar com as filas do SUS em Mato Grosso do Sul, a pandemia fez aumentar a demanda reprimida. “Passamos por uma pandemia e as filas se constituíram novamente. Agora, se faz necessário um programa como esse”.
Serão oferecidos procedimentos nas áreas de oftalmologia, otorrinolaringologia, vascular, ortopedia, ginecologia, urologia, reparadoras e cirurgia geral.
Mais do pacote – Além do mutirão de cirurgias e exames, o governo pretende investir em reformas e ampliação de 17 hospitais no interior. São R$ 52 milhões em investimento nas cirurgias eletivas e exames, e ainda R$ 60 milhões repassados para a chamada atenção primária, que são os postos e unidades básicas de saúde.
O programa “Remédio em Casa”, que já está em ação, será ampliado e passará de 3 mil para 11 mil pacientes que receberão medicamentos de uso contínuo e bolsas de ostomia em casa. Os remédios são para pessoas com doenças crônicas, como hipertensão e diabetes.
Ainda este ano, o governo pretende implementar a modalidade de telessaúde para 20 cidades de fronteira, possibilitando atendimento célere de pacientes com especialistas. Para casos mais complexos, o atendimento será em parceria com o Hospital Albert Einstein de São Paulo.