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Cidades

Humap vai encerrar contrato de R$ 6,8 milhões e espera por anestesistas continua

Atual empresa não está atendendo hospital a contento e contrato emergencial é previsto para fevereiro

Por Lucia Morel | 29/01/2024 19:14
A pequena Fátima, em foto que mostra sua coluna entortada. (Foto: Arquivo pessoal)
A pequena Fátima, em foto que mostra sua coluna entortada. (Foto: Arquivo pessoal)

Aghata Lorraine da Silva Cáceres, mãe da pequena Fátima Victória, vai continuar esperando pela cirurgia na coluna da filha que precisa ser realizada no Humap (Hospital Universitário Maria Aparecida Pedrossian). Com dificuldades em ter médicos anestesistas suficientes pelo menos desde setembro de 2021, o hospital afirmou que a atual empresa que presta o serviço “não está atendendo as necessidades” e o processo de rescisão está em andamento.

O caso de Fátima é um entre tantos que já foram relatados pelo Campo Grande referente à espera por cirurgia no Humap devido à ausência de anestesistas. Em setembro do ano passado, o hospital admitiu a falta dos profissionais, mas dois anos antes, a reportagem mostrava caso de paciente que esperava procedimento ortopédico na mão pela ausência desses profissionais.

A menina Fátima está hoje com 3 anos de idade, mas já nasceu com má-formação congênita nos pés e no quadril. Ela realizou algumas cirurgias necessárias ao caso e segundo a mãe, precisava passar por mais uma até os dois anos. A mãe já procurou a Justiça através da Defensoria Pública e conseguiu a decisão favorável, mas mesmo assim, a filha não passou pelo procedimento.

“Ela vai utilizar prótese, órtese pós-cirúrgico, UTI, e a ortopedista que acompanha ela é uma das melhores, atende lá no hospital (Universitário). Ela já realizou dois processos de risco cirúrgico, mas sempre vence e ela não faz a cirurgia por falta de anestesista”, lamenta Aghata. “Ela já está ficando com escoliose devido ao problema”, disse.

Conforme o Humap, “nos últimos anos o Humap/UFMS vem enfrentando um deficit importante de médicos anestesistas que não foi resolvido através de concurso público por falta de interesse dos médicos”. Assim, o hospital abriu licitação, que contratou a empresa Anesthemedic Serviços em Saúde Ltda, sediada na cidade de Maceió (AL), em outubro do ano passado por R$ 6,8 milhões.

O contrato deveria viger até outubro de 2025 e ofertar plantões de 12 horas por R$ 2,7 mil cada um. Estimava-se que fossem realizados 2.520 plantões em dois anos. Entretanto, conforme o hospital, “a empresa que foi contratada em outubro de 2023 não está atendendo as necessidades do hospital e processo de rescisão de contrato está em andamento”.

Por conta disso, “há um processo de contratação emergencial” sendo finalizado, “com previsão de início de atividade da nova empresa para o início de fevereiro”. Por fim, o Humap afirma que “só então poderemos voltar a agendar cirurgias eletivas como a da criança em questão”.

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