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Cidades

I.A monitora e “denuncia” infrações na BR-163 com apoio de 477 câmeras

Sistema da CCR MS Via também otimiza tempo de resposta em casos de acidentes na rodovia

Por Jéssica Fernandes e Ana Beatriz Rodrigues | 03/01/2025 11:30
Operador da CCR monitora a BR-163 através do sistema equipado com IA. (Foto: Henrique Kawaminami)
Operador da CCR monitora a BR-163 através do sistema equipado com IA. (Foto: Henrique Kawaminami)

Equipadas com a IA (Inteligência Artificial), 477 câmeras da CCR MSVia auxiliam nas fiscalizações da BR-163 de “ponta a ponta”, identificando infrações e dando suporte para PRF (Polícia Rodoviária Federal). Há seis meses, os agentes utilizam o sistema de videomonitoramento da concessionária, que desde 2015 conta com a tecnologia IA.

RESUMO

Nossa ferramenta de IA resume a notícia para você!

A CCR MSVia implementou um sistema de videomonitoramento com 477 câmeras equipadas com inteligência artificial ao longo da BR-163, que auxilia a Polícia Rodoviária Federal (PRF) na fiscalização de infrações e no atendimento a acidentes. Desde 2015, as câmeras utilizam um recurso chamado DAI (Detector Automático de Incidentes), que gera alertas em tempo real para movimentos anormais na rodovia, possibilitando uma resposta rápida e eficiente. Nos últimos seis meses, a PRF tem utilizado essas imagens para identificar e autuar infratores, enquanto a CCR MSVia fornece suporte tecnológico e operacional para otimizar a fiscalização e o atendimento de emergências na estrada.

As câmeras estão espalhadas a cada 1,5 quilômetro dos 845 quilômetros da rodovia, contemplando Capital e outras 21 cidades do Estado. A concessionária também consegue visualizar o tráfego na divisa entre Mato Grosso do Sul e Paraná e na divisa com Mato Grosso.

Funcionando nos sete dias da semana durante 24 horas, o sistema de videomonitoramento tem a ferramenta da IA desde 2015, porém só há dois anos recebeu a atualização chamada de DAI (Detector Automático de Incidentes). É o recurso do DAI que funciona como uma espécie de “máscara” acoplada às câmeras, que passou a ser utilizada pela PRF nos últimos seis meses.

Arrison Szesz comenta como a concessionária usa a IA no dia a dia. (Foto: Henrique Kawaminami)
Arrison Szesz comenta como a concessionária usa a IA no dia a dia. (Foto: Henrique Kawaminami)

Nesta sexta-feira (3), a reportagem esteve na sede da concessionária onde fica o Centro de Controle Operacional. O gerente de operações da CCR MSVia, Arrison Szesz explica como as 477 câmeras atuam com o recurso da IA.

“Todas as câmeras, por trás delas, tem uma máscara, um algoritmo que acompanha os movimentos e qualquer movimento diferente da faixa de tempo gera um alerta que aparece para os nossos operadores. Eles verificam se é um alerta verdadeiro, se é de alguém precisando de atendimento, se é um acidente, um animal na pista”, diz.

O DAI, segundo o gerente de operações, otimiza o trabalho da concessionária, possibilitando um controle maior do que ocorre na rodovia. Mesmo com o recurso, outros 500 operadores são responsáveis por acompanhar o sistema. “Se o veículo fazer qualquer movimento anormal, por exemplo, parar, entrar na outra faixa, vai gerar um alerta”, completa.

Centro de Controle Operacional de videomonitoramento na sede da CCR MSVia. (Foto: Henrique Kawaminami)
Centro de Controle Operacional de videomonitoramento na sede da CCR MSVia. (Foto: Henrique Kawaminami)

Nos últimos seis meses, a PRF tem utilizado esse sistema para identificar infrações, como no caso de ultrapassagens proibidas. Através das imagens captadas pelas câmeras, a PRF consegue identificar os veículos, multar e autuar esses condutores.

Em dezembro, reportagem do Campo Grande News acompanhou o trabalho da PRF que faz a parada dos veículos flagrados em situações de infrações nos postos de controle da BR-163.

De acordo com o gerente de operações da CCR MSVia, o acesso ao sistema de videomonitoramento é feito por um operador que repassa aos policiais o que o DAI registrou em tempo real. “É um apoio à fiscalização, nós disponibilizamos essa parte de tecnologia para a PRF. Fazemos operações também nos postos onde um colaborador nosso opera o equipamento e a PRF faz abordagem e aplicação das multas”, destaca.

Algoritmo da câmera, que é uma espécie de "máscara", identifica movimento dos veículos. (Foto: Henrique Kawaminami)
Algoritmo da câmera, que é uma espécie de "máscara", identifica movimento dos veículos. (Foto: Henrique Kawaminami)

Além de ajudar a identificar as infrações, o sistema de videomonitoramento também é empregado em casos de acidente e outros onde o condutor precisa de auxílio. A tecnologia é a mesma, ou seja, o DAI registra algum movimento considerado anormal e faz o alerta. Na sequência, um operador dá sequência ao serviço, verificando o motivo e dando continuidade ao atendimento.

“Quando nós encontramos um usuário pelas câmeras, nós já acionamos o recurso que se direciona para eles. Às vezes um usuário liga para nós, mas a viatura já está em deslocamento porque já o identificamos. Então a gente consegue otimizar, ser mais eficiente nos acionamentos, reduzindo o tempo de resposta”, esclarece Arrison Szesz.

Óculos de leitura - Já nas rodovias estaduais, o Detran-MS (Departamento de Trânsito de Mato Grosso do Sul) utiliza o óculos de leitura OCR que é capaz de reconhecer veículos envolvidos em casos de furto ou roubo.

Agente do Detran equipado com o óculos de leitura durante fiscalização. (Foto: Detran-MS)
Agente do Detran equipado com o óculos de leitura durante fiscalização. (Foto: Detran-MS)

Atualmente, o departamento conta com cinco desses óculos que estão distribuídos nas unidades operacionais. A tecnologia é utilizada desde 2024 nas ruas, nas operações Rodovida que atendem as rodovias estaduais e outras integradas com o apoio da PRF nas federais.

O gerente especial de fiscalização e patrulhamento viário, Ruben Ajala, esclarece como os agentes usam esses óculos durante as fiscalizações em apoio ao CISV (Centro Integrado de Segurança Viária). “O óculos é um equipamento que possui uma câmera OCR acoplada a ele e tem uma integração via internet com a nossa central. Todos os veículos que são lidos pelos agentes que estão usando o óculos, eles detectam os caracteres da placa e automaticamente enviam a informação para nossa central”, diz.

No centro integrado, a informação repassada é consultada através de uma inteligência artificial que acessa o banco de segurança pública nacional e estadual onde constam os veículos que possuem qualquer restrição civil ou criminal.

Centro Integrado de Segurança Viária do órgão estadual. (Foto: Detran-MS)
Centro Integrado de Segurança Viária do órgão estadual. (Foto: Detran-MS)

“No momento que o agente vai fazer abordagem, ele já tem a informação se o veículo possui alguma restrição ou não. A abordagem dele é muito mais assertiva”, completa Ruben Ajala.

De janeiro a abril de 2024, o óculos estava sendo usado no sistema de teste e, na época, 233 veículos, suspeitos de irregularidades, foram monitorados pelo Detran nas rodovias estaduais.

Em 2024, conforme o órgão estadual, 47 veículos foram recuperados nas rodovias e mais de 500 são monitorados pela tecnologia que possibilita o reconhecimento óptico dos caracteres da placa. Segundo o gerente especial de fiscalização e patrulhamento viário, a maioria dos veículos recuperados seguiam para o Paraguai e Bolívia.

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