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Cidades

Industrialização cresce sem duplicação e números de acidentes dispara na BR-262

Representante regional do DNIT informou, em audiência pública, que levará projeto de duplicação a Brasília

Guilherme Correia e Caroline Maldonado | 30/08/2023 12:10
Acidente na BR-262, em julho, deixou van danificada e feridos (Foto: Paulo Francis)
Acidente na BR-262, em julho, deixou van danificada e feridos (Foto: Paulo Francis)

Dados da PRF (Polícia Rodoviária Federal) divulgados em audiência pública na Câmara Municipal de Campo Grande, nesta quarta-feira (30), indicam que 8 meses de 2023 já contabilizam mais acidentes que todo o ano de 2022, no trecho da rodovia BR-262, entre a Capital e Três Lagoas.

Segundo o agente Rafael Verão, são 118 casos, que deixaram 141 feridos e 13 mortos. No ano anterior, foram 103 acidentes em 12 meses, 98 feridos e 16 mortes. Vale ressaltar que o período observado contempla apenas até agosto deste ano, portanto, os números podem crescer ainda mais.

Segundo ele, o aumento de acidentes é reflexo do avanço da frota sul-mato-grossense, que teve impacto da industrialização na região leste, sobretudo com empresas que exploram celulose nesta parte do Estado. "A gente entende que há necessidade de uma infraestrutura, porque não basta ter só a fiscalização”.

“É um tripé: fiscalização, infraestrutura e educação. Depende também do DNIT [Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes] avaliar o que pode ser melhor para proporcionar qualidade. Pode ser duplicação, criação de terceira faixa, viaduto, dentre outros.”

Durante a audiência, o chefe de serviços de operação rodoviária do DNIT em Mato Grosso do Sul, Allan Nunes Ferreira, informou que levará projeto de duplicação para a sede do órgão em Brasília (DF), por entender que tal medida já é necessária.

O presidente do SEC-CG (Sindicato dos Empregados no Comércio de Campo Grande), Carlos Sérgio dos Santos, ressaltou que entidades representativas do setor na região devem fazer abaixo-assinado para buscar apoio de autoridades para a duplicação.

Ele também destacou que muitos trabalhadores morrem na rodovia e que a melhor infraestrutura deve beneficiar a sociedade como um todo, por se tratar de uma cadeia produtiva. No ano passado, diz, um empresário no ramo de calçados, de Andradina (SP), morreu junto à família na BR-262.

A presidente da Federação dos Trabalhadores na Indústria, Cleoni Bortolli Salviano, ressaltou que a entidade também procura garantir melhores condições de trabalho e saúde da categoria e que a rodovia federal, atualmente, não tem oferecido uma boa estrutura. “Estamos buscando apoio das autoridades, pois sabemos que não é barato esse projeto”.

Ela lembrou que, neste ano, houve acidente com mortes com ônibus com imigrantes da Bolívia na rodovia, que trabalhariam em fábrica em São Paulo. Além disso, muitos trabalhadores saem de Campo Grande para trabalhar em Ribas do Rio Pardo, diariamente, o que também aumenta o fluxo.

Audiência pública - Audiência pública reuniu autoridades para discutir a duplicação da BR-262, na Câmara Municipal de Campo Grande, e em Três Lagoas, parlamentares já se reuniram para discutir o mesmo tema e fazem abaixo assinado pela duplicação.

Os parlamentares alertam que a rodovia está em "colapso" e a situação pode piorar com o aumento do fluxo de veículos provocado por empreendimentos que estão se instalando na região leste e centro de Mato Grosso do Sul.

A audiência foi convocada pela mesa diretora, a pedido do vereador Roberto Avelar, o "Beto" (PSD). O objetivo é discutir a importância da realização da obra para o desenvolvimento e segurança da rodovia, que cruza Mato Grosso do Sul. “Já teve audiência em Três Lagoas e haverá também em Brasilândia, Ribas do Rio Pardo e Água Clara. Será feito um documento a ser encaminhado ao governos Estadual e Federal”.

“Nós trouxemos um debate da população e toda sociedade civil organizada da importância dessa duplicação da BR-262. O progresso que vem ocorrendo a passos largos envolve uma infraestrutura que precisa nada mais do que uma duplicação, principalmente porque teremos a Rota Bioceânica. É relevante para todo Estado.”

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