Instalada há 152 anos, Câmara Municipal de Corumbá abre a 63ª legislatura
Retomada dos trabalhos foi marcada pela união por uma cidade abandonada
Criada dois anos após o fim da Guerra do Paraguai (1864-1870), sendo uma das Casas de Leis mais antigas do Brasil, a Câmara Municipal de Corumbá abriu em sessão solene, na noite de ontem (17), a sua 63ª legislatura em 152 anos, com oito vereadores reeleitos e sete estreantes.
RESUMO
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A Câmara Municipal de Corumbá, uma das mais antigas do Brasil, iniciou sua 63ª legislatura em 152 anos. A sessão solene contou com oito vereadores reeleitos e sete novos. A Casa, que já recebeu figuras históricas como Deodoro da Fonseca e Theodore Roosevelt, busca agora um pacto pelo desenvolvimento local. O presidente da Câmara, Ubiratan Canhete, destacou a importância do Legislativo na reconstrução da cidade, que enfrenta dificuldades financeiras e administrativas. O prefeito Gabriel Oliveira, presente na sessão, defendeu a união política para superar os desafios.
Presidida nesse período por fazendeiros, militares e influentes políticos de uma cidade que foi a mais expressiva economicamente ainda no Mato Grosso, a retomada dos trabalhos foi celebrada com a proposta de um pacto por Corumbá.
A importância da Casa Barão de Vila Maria transcende o momento político da cidade, com a união das principais forças políticas em apoio à gestão do prefeito Gabriel Alves de Oliveira (PSB), que assumiu a prefeitura com uma dívida superior a R$ 40 milhões.
Seus anais registram o efervescente cenário político brasileiro no final do século XIX, com a influente presença na Casa do então general Deodoro da Fonseca, que comandou o Exército na região antes de proclamar a República do Brasil, em 1889.
Dentre outras as grandes celebridades, o legislativo corumbaense recebeu a visita do ex-presidente dos Estados Unidos Theodoro Roosevelt, acompanhado do sertanista Cândido Rondon, em 1913, em passagem pela cidade para realizar a famosa Expedição Roosevelt nos sertões mato-grossenses.
Todos por Corumbá
Sem os conflitos do passado, que resultaram em assassinato de vereador, e também das intrigas políticas mais recentes, a volta do período legislativo na Capital do Pantanal foi marcada pelo entendimento. O presidente Ubiratan Canhete de Campos Filho (Bira), reeleito pelo PSDB, disse que é preciso um pacto pela retomada do desenvolvimento local.
“Somos, nos vereadores, um dos instrumentos fundamentais para essa reconstrução, como protagonistas de todas as decisões importantes nos campos da política e da administração”, disse ele. E dirigindo-se ao prefeito Gabriel Oliveira, ponderou: “pode ter certeza de que o Legislativo estará atuando em busca de soluções para os problemas da cidade”.
A atual gestão vem enfrenando dificuldades para retomar a normalidade administrativa, com o caos na saúde pública, o abandono da cidade e a descrença da população, além do rombo financeiro. Presente à sessão legislativa, o prefeito Gabriel Oliveira, ex-vereador, defendeu a união, mas enfatizou que o alinhamento político deve se estender às esferas estaduais e federais.
