Internação em UTI por covid-19 supera 20 dias e maioria de casos é de mulheres
Atualmente, há 18 pessoas internadas em tratamento do novo coronavírus em MS e pelo menos uma delas, ocupa leito desde 17 de março
Dos 121 casos confirmados de covid-19 em Mato Grosso do Sul, a maioria (65) são mulheres, que representam 53% do total e 100% das 4 mortes pela doença. Elas também são maioria dos casos considerados mais graves, que são aqueles que chegam à internação: das 29 pessoas hospitalizadas desde os primeiros registros no Estado, 16 são mulheres.
Atualmente, há 18 pessoas internadas em tratamento do novo coronavírus em MS e pelo menos uma delas, homem de 38 anos, ocupa leito de UTI, em hospital particular, há quase 30 dias. Internado desde o dia 17 de março, ele deixou de respirar por aparelhos na semana passada, mas ainda está em leito intensivo.
De acordo com especialista, um dos maiores problemas da covid-19 é justamente o tempo de internação, que costuma ser muito maior que o de outras doenças que também causam problemas respiratórios.
O infectologista Júlio Croda, que é pesquisador da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) e também professor da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) explica que é por isso a necessidade urgente de aumento na quantidade de leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva): para atender os casos graves que ocupam leitos por vários dias.
A SRAG (Síndrome Aguda Respiratória Grave) provocada pela covid-19 tem sido mais grave que a provocada por outras doenças e os pacientes têm ficado internados por mais tempo também. “Pelo que está sendo verificado, os pacientes graves ficam prolongadamente em leitos de UTI, porque precisam de respirador”, explica o médico.
A média de internação por covid-19 dura de 14 a 18 dias, mas em casos ainda mais sério, ultrapassa os 21. Em outras SRAGs, a média é metade desse tempo.
Comparando, por exemplo, com a febre amarela, o infectologista afirma que “ou a pessoa acaba morrendo rapidamente ou vence, também de forma rápida, a doença, liberando o leito. Na covid não tem sido assim”, afirma.
Os 29 pacientes que já ficaram internados por conta do novo coronavírus no Estado têm entre 22 e 91 anos e 11 já receberam alta. Dos atuais 18, segundo a SES (Secretaria de Estado de Saúde), 8 estão em estado mais grave e precisam de ventilação mecânica, sendo 6 homens e 2 mulheres. A SES não informou o tempo de internação de cada um deles, mas indica que nove deles estão em hospitais públicos e o restante em unidades privadas.
Vale ressaltar que o principal sintoma de quem acaba se tornando um caso grave de covid-19 é a falta de ar, característica de qualquer Síndrome Aguda Respiratória Grave. Febre alta também ocorre nesses casos. Dos internados no Estado, maioria teve contato com alguém infectado com a doença ou viajou para estados ou países onde a proliferação da doença é alta.
Curados – Entre os casos confirmados em MS, 39 já são considerados curados da doença. Essas pessoas são classificadas como tendo finalizado a quarentena e não apresentam mais sintomas da doença. Outros 49 ainda estão em isolamento domiciliar e são acompanhados para evitar a propagação da doença.
A SES ainda revela que maioria dos infectados (26,5%) têm entre 30 e 39 anos de idade. Em seguida, os mais acometidos pela covid-19 em MS são os que estão na faixa etária acima de 60 anos (19,8%) e em terceiro lugar (19%), os que têm entre 40 e 49 anos de idade.
