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Cidades

Laboratório do Rio investiga suspeita de morte por varíola dos macacos em MS

Paciente de 36 anos era de Camapuã e morreu no sábado; laboratório de referência no RJ vai apurar causa

Guilherme Correia e Gabriela Couto | 08/08/2022 08:19
Caso será investigado em laboratório de virologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro. (Foto: Agência Brasil)
Caso será investigado em laboratório de virologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro. (Foto: Agência Brasil)

A primeira morte por varíola dos macacos em Mato Grosso do Sul está sob investigação de laboratório da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro). Trata-se de um homem, de 31 anos, que morava em Camapuã, município distante 141 quilômetros de Campo Grande, e morreu no sábado (6).

Até o momento, apenas um óbito foi confirmado no Brasil, no fim de julho - um paciente de Uberlândia (MG). Mais de 2 mil casos da doença foram notificados em território brasileiro.

Ele foi encaminhado ao HRMS (Hospital Regional de Mato Grosso do Sul) após sofrer um AVC (Acidente vascular cerebral). De acordo com o secretário estadual de Saúde, Flávio Britto, que informou os detalhes ao Campo Grande News, a vítima tinha histórico de uso de drogas e apresentava erupções na pele.

O material foi coletado em por equipes sanitárias estaduais e encaminhado para o estado do Rio de Janeiro. No País, há pelo menos quatro laboratórios de referência que investigam os casos. A análise, segundo ele, pode levar até quatro semanas para ser feita.

Conforme o titular da SES (Secretaria Estadual de Saúde), o Estado não possui transmissão entre sul-mato-grossenses. Ou seja, todos os casos registrados tiveram contato com pacientes de fora. Até o momento, há oito confirmados - sete na Capital e um em Itaquiraí.

Monkeypox - O agravo é causado pelo vírus monkeypox e é transmitido para humanos via contato com animal ou humano infectado, ou com material corporal humano contendo o vírus. Apesar do nome, no entanto, os primatas não são reservatórios do vírus, conforme o Ministério da Saúde.

O ferimento na pele passa por diferentes estágios e pode se parecer com varicela ou sífilis, antes de finalmente formar uma crosta, que depois cai. Quando a casca desaparece, a pessoa deixa de infectar outras pessoas. A diferença na aparência com a varicela ou com a sífilis é a evolução uniforme das lesões", diz nota da pasta.

Conforme infectologistas ouvidos pelo portal Uol, o próprio sistema imunológico é capaz de eliminar o vírus e curar o paciente. No entanto, o isolamento é preconizado, como principal forma de reduzir número de infectados. Embora o vetor seja desconhecido, as principais hipóteses são pequenos roedores, como esquilos, nas florestas tropicais da África, principalmente na África Ocidental e Central.

O monkeypox é comumente encontrado nessas regiões e pessoas com a doença são ocasionalmente identificadas fora delas, o que motivou alerta internacional. Normalmente, os registros são relacionados a viagens para áreas onde o vírus é endêmico.

De acordo com a diretora do Laboratório de Virologia do Instituto Butantan, Viviane Botosso, o vírus circula de forma endêmica em alguns países da África, mas levanta preocupação por ter sido confirmado em 12 países fora do continente africano. Segundo ele, crianças e pacientes com deficiência imunológica têm mais risco.

"Apesar de ser uma doença autolimitante, que tende a se curar sozinha, e muito menos grave do que a varíola, pacientes imunocomprometidos e crianças podem desenvolver doenças mais graves e isso pode acarretar problemas de saúde pública”, diz Botosso.

Conforme o Ministério da Saúde, transmissão entre humanos ocorre principalmente via contato pessoal com secreções respiratórias, lesões de pele de pessoas infectadas ou objetos recentemente contaminados. A erupção geralmente se desenvolve pelo rosto e depois se espalha para outras partes do corpo.

(*) Matéria editada às 8h52 para correção de informações. O paciente tinha 31 anos e não 36, conforme informado inicialmente.

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