Mães fazem “mamaço virtual” para pedir vacinação contra a covid
Ação está ocorrendo através de redes sociais e pede por inclusão das mães no Plano Nacional de Imunização
Pedindo por prioridade na vacinação contra covid-19, lactantes estão realizando um “mamaço virtual” através das redes sociais em Mato Grosso do Sul. De acordo com a organizadora, Laura Cohen, de 34 anos, o objetivo é que as mães sejam incluídas no Plano Nacional de Imunização como prioritárias.
Através de postagens, a ideia é que o movimento consiga chamar atenção das autoridades. Laura, que tem um filho de dois anos e três meses, explica que a vacinação destinada às lactantes é de extrema necessidade, “é importante que os bebês estejam vacinados via leite materno, pois é a única forma que vão receber os anticorpos contra o vírus”, explica.
De acordo com a organizadora, a preocupação das mães se direciona principalmente às crianças. “Não sabemos quando eles serão vacinados pensando na faixa etária. Essa é a única esperança que nós, mães lactantes, temos para manter nossos filhos saudáveis”.
Outro ponto levantado por Laura é que a inserção do grupo seja feita sem restrição de idade, já que o leite materno não perde suas propriedades. Questionado sobre o movimento, o secretária estadual de Saúde, Geraldo Resende, diz que como médico obstetra, mesmo afastado, entende a importância da imunização em relação às lactantes.
“Mas a gente também tem que seguir os sinais de alerta, tivemos casos de gestantes, então é preciso que haja uma manifestação por parte do Ministério da Saúde. Mas eu acho importante vaciná-las, desde que estejamos bastante preparados no sentido de organização”, Resende completa.
Presidente do Sinmed/MS (Sindicato dos Médicos de Mato Grosso do Sul), Marcelo Santana Silveira relata que, do ponto de vista do sindicato, todos deveriam ser priorizados para a vacinação, entretanto foi necessário criar uma ordem a ser seguida a partir do Plano. "As gestantes eu vejo com bastante preocupação, acompanhamos no dia a dia o aumento de casos, inclusive de casos graves", diz.
Em relação às mães que amamentam, Marcelo Santana também vê importância mesmo que estejam afastadas do trabalho, de licença maternidade, e possam ficar em casa sem muitos riscos de contaminação. "Elas são também um grupo prioritário, porque a mulher está em uma situação de mais vulnerabilidade com um bebê, com um outro ser humano que também está em contato direto com ela. Considero válida essa possibilidade de se expandir esse grupo", defende.