Ministério Público investiga falta de sedação nos hospitais durante pandemia
Medicamento faz parte de “kit entubação” utilizado em pacientes graves contaminados pelo novo coronavírus
O Ministério Público do Estado vai investigar a falta de medicamentos para sedação e anestesia nos hospitais de Campo Grande, durante a pandemia. Parte do “kit entubação”, os itens são indispensáveis para pacientes graves contaminados pelo novo coronavírus.
Nos últimos meses, além da Santa Casa, o próprio Hospital Regional, referência no tratamento da covid-19, sofreram com a falta dos medicamentos. Em agosto, Mato Grosso do Sul apareceu na lista dos 22 estados com estoques de medicamentos para entubação, sendo dois remédios zerados: um anestésico e um bloqueador neuromuscular.
Conforme publicado na edição desta segunda-feira, do Diário Oficial do MPE, a promotora de Justiça, Luciana do Amaral Rabelo, 76ª Promotoria de Justiça da Comarca de Campo Grande, abriu, a pedido da Promotoria de Saúde, inquérito envolvendo a SES (Secretaria de Estado de Saúde) e a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde Pública). A ação vai apurar a falta de medicamentos para sedação e anestesia.
O “kit entubação” tem 20 tipos de medicamentos, como anestésico e relaxante muscular, e é essencial para o tratamento dos pacientes de covid-19 que precisarem de respiração por aparelho. O próprio secretário estadual de Saúde, Geraldo Resende, chegou a demonstrar preocupação com estoque.
Em nota, a SES afirmou que os medicamentos são adquiridos diretamente pelos hospitais, mas repassou itens do “kit entubação” enviados pelo Ministério da Saúde para as unidades do Estado. Além disto, afirmou que foi aberto processo licitatório para a compra de medicamentos utilizando ata de registro de preços já existente.
A Sesau afirmou que o fornecimento de alguns destes medicamentos é feito somente pelo Governo Federal, por meio do Ministério da Saúde e pelo Governo do Estado. "O município não é responsável pela aquisição dos mesmos".