Mulherada é maioria no volante e já domina habilitações para moto
Números são do Detran e indicam que nem a queda nas habilitações tipo A deixa mulheres para trás na corrida da CNH
As mulheres já ultrapassaram os homens quando o assunto é CNH, a carteira nacional de habilitação, objeto de desejo em um país com fetiche por carro, transporte público precário e problemas de mobilidade. Em Mato Grosso do Sul, elas já representam a maior parte dos que têm habilitação para dirigir carro e também são maioria nas autorizações para pilotar motocicleta.
Os dados são do Detran (Departamento Estadual de Trânsito de Mato Grosso do Sul) e indicam que, ainda que as primeira habilitações para moto estejam em queda desde 2015, – ano em que atingiram o ápice – as mulheres continuam abocanhando a maior parte dessa parcela de carteira.
Para motocicleta, em 2018, as mulheres foram 50,84% das primeiras habilitações de moto, 2.207 mulheres. Os homens, por sua vez, eram 49,16%, 2.134. Com relação a 2017, houve aumento: neste ano as mulheres eram 49,37%, 2.087 mulheres, contra 2.140 homens, 50,63% do total.
Em 2015, ano com maior registro, as mulheres eram 54,26% das habilitações para moto: 3.070 carteiras de habilitação, contra 2.588 homens. Para a auxiliar administrativa Juvelina Simões Caires, 44, a moto representa rapidez e agilidade em face do transporte público de Campo Grande.
“Tenho habilitação de moto desde 2005 e tirei para poder me locomover mesmo, para trabalho ou lazer. É muito mais rápido que esperar ônibus”, disse ela. Os números podem ser vistos transitando no centro: nas saídas de estacionamento, o movimento maior é “delas”.
Carro – Nas habilitações de carro, em 2018, o número de mulheres também foi maior que o de homens. Elas foram 63,71% das habilitações para o volante - 4.916 mulheres - contra 36,29% entre os homens. Para esses veículos, as habilitações entre elas vêm crescendo desde 2015, quando a mulherada representava 62,32% das CNHs.
“Acho que as mulheres são maioria no trânsito por necessidade. Ir para o trabalho, buscar os filhos na escola. Na minha família todas as mulheres dirigem, minha mãe dirigia, minha avó”, contou a turismóloga Hosana Rodrigues, 53.