“Não têm medo de cerca elétrica”, diz morador cansado de furtos na Orla
Invasores no bairro preferem imóveis vazios e não poupam sequer os relógios de energia
José Carlos mora na esquina da Rua Noroeste com a Rua dos Pinheiros, no Bairro Orla Morena, há apenas três meses e já não aguenta mais a insegurança do bairro. O aposentado de 67 anos relatou ao Campo Grande News que a situação preocupa os moradores.
A denúncia sobre os furtos chegou à reportagem por meio do canal de denúncias Direto das Ruas. De acordo com José, os saqueadores não perdoam nenhum imóvel. Na madrugada desta terça-feira (20), ele escutou um barulho alto na rua se assustou. O som vinha da residência onde o Crefito-13 (Conselho Regional de Fisioterapia Ocupacional do Mato Grosso do Sul) estava instalado.
“Foi um estrondo ontem, por volta da meia-noite, como se tivessem jogado uma pedra em um blindex, aí abrimos a porta aqui vimos passando por alguma coisa branca, era a porta. Esse pessoal fica observando, se não vê movimento nenhum eles atacam. A vizinhança fica preocupada porque tem medo que o pessoal entre nas casas. A gente percebe que não foi ontem que eles fizeram tudo isso aí. Tem mais de semanas que estão depredando aos poucos. Primeiro roubaram toda fiação, arrancaram na marra, então vieram pegar o metal. Eles jogaram ar no chão, arrancaram só o cobre. Por último isso”, comentou.
De acordo com o vizinho, não há movimentação na sede do conselho há pelo menos três meses, o que tornou o imóvel algo fácil de furtos. “Eles devem ter levado pra ser vendida. Eu e meu filho fomos ver, mas nem entramos porque não sabíamos se tinha gente. Esperamos a polícia, eles vieram e depois entramos juntos pra ver o tamanho da destruição”, disse.
Medo - Os problemas com a insegurança no bairro começaram ainda no período de mudança para nova residência. "A gente fica preocupado porque reformei e mudei há pouco. Quando reformei, pularam e roubaram os fios dos postes que eu ia usar para fornecer energia. A gente está tendo uma preocupação com quem está recebendo esses materiais. Já vimos duas pessoas carregando portão. Eles estão levando para um receptador que aceita isso, esse é o maior problema”, acrescentou.
Conforme José Carlos, na região há dois ferros-velhos que aceitam os materiais furtados. ”Na nossa região temos dois receptadores. Não sabemos como pode ser resolvido, porque não está sendo só comigo isso. A vizinhança ao lado de onde foi roubado também, eles pularam o muro e roubaram uma bicicleta que custa uns R$ 7 mil. É complicado porque pra onde vão levar isso? O que precisa é que o poder público se una”, finalizou.
O aposentado evidenciou que até a residência em reforma do irmão, ao lado da dele, foi furtada. “Comprei a casa pro meu irmão, ele mudou no sábado às 16h, quando foi 00:00 entraram e roubaram até o relógio de energia. Nessa semana entraram novamente na casa, foram levando pia e porta. Eles não têm medo de cerca elétrica nem nada, para eu sair tenho que armar tudo. Tem comércio sofrendo com isso, tem algumas casa que estão para lugar e não são ocupadas por esse problema”.
José faz parte do grupo "Vizinhos Solidários", no Bairro Orla Morena, que conta com cerca de 250 moradores. “Quando cheguei aqui fiz questão de entrar no grupo justamente para que os vizinhos tomassem conta uns dos outros. É muito importante”, finalizou.
A reportagem entrou em contato coma polícia para esclarecer se há fiscalização dos ferros-velhos da região e atividades ilegais de compra e venda de materiais furtados. Em resposta, a Polícia Civil disse que faz levantamentos frequentes sobre esse tipo de furto realizando apurações em depósitos que compram esse tipo de material.
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