Pavimentação de rodovia vai conectar 5 municípios e criar a "rota da celulose"
Obra encurtará distancia entre Três Lagoas, Água Clara, Inocência, Paraíso das Águas e Chapadão do Sul
Após anúncio de que a empresa chilena Arauco vai construir em Inocência uma nova fábrica de celulose, a 5ª de Mato Grosso do Sul, em um investimento de R$ 15 bilhões, o Governo de Mato Grosso do Sul autorizou a pavimentação da MS-320, no trecho que liga Três Lagoas ao trevo Vera Cruz, na MS-377.
A obra vai integrar toda uma região produtora de florestas plantadas, fortalecendo a cadeia da celulose e o sistema logístico. O caminho servirá de nova rota de conexão entre Três Lagoas, Água Clara, Inocência, Paraíso das Águas e Chapadão do Sul.
"As máquinas já estão aqui, começando a pavimentação. Esse primeiro trecho recebe R$ 76 milhões de investimentos. Vamos fazer essa rodovia completa, pois é uma integração muito importante para o escoamento do eucalipto e da produção. Os outros (dois) trechos já contratamos projeto executivo também para licitar e deixar tudo isso organizado", reforçou o governador Reinaldo Azambuja, garantindo que na primeira etapa dos trabalhos serão pavimentados 31,7 quilômetros da MS-320.
Em Três Lagoas, a rodovia que será pavimenta inicia no entroncamento com a MS-158 e segue até o trevo Vera Cruz, na MS-377. Neste ponto, quem viaja pela estrada pode seguir reto por 155 quilômetros até Paraíso das Águas, virar à esquerda e continuar por mais 85 quilômetros até chegar em Água Clara ou dobrar à direita e seguir mais 51 quilômetros até Inocência.
A pavimentação dos trechos contempla um sonho antigo de produtores rurais que vivem e trabalham na região. "Meu pai é pecuarista daqui, já é falecido, e ele dizia que nunca sairia o asfalto e que nem a neta dele iria ver. Estamos há muitos anos esperando. Há 25 anos pleiteando”, comemorou a produtora Viviane Jussara Zacarias, 47 anos, que possui uma fazenda às margens da rodovia.
Produtor membro do Sindicato Rural de Três Lagoas, José Luiz Galvani, 56, vive há 30 anos na região. Ele também tem histórias sobre as dificuldades enfrentadas ao longo dos anos na MS-320.
"Meu avô comprou uma propriedade nessa estrada. Em 1973 nós estávamos andando 110 quilômetros de terra e sofrendo. Eu lembro que era menino, tinha oito anos e uma hora perguntei ao meu avô: ‘daqui a 10 anos vou ter 18 e vou tirar a carta. Essa estrada vai estar asfaltada?’. E ele disse que com certeza que a estrada estaria asfaltada. O meu pai faleceu em 2004, o meu avô em 2008 e só tenho um tio vivo. E esse tio falou que não iríamos ver a MS-320 asfaltada. Mas ele está com 82 anos e vai ver sim", contou José Luiz.