Pesquisa traça perfil do usuário de transporte rodoviário de turismo em MS
Dados coletados servirão para elaborar estratégias de melhorias para alavancar o setor
Focada em melhorar o serviço de transporte interestadual rodoviário voltado ao turismo em Mato Grosso do Sul, a Agepan (Agência Estadual de Regulação de Serviços Públicos) em parceria com a Fundtur (Fundação de Turismo de Mato Grosso do Sul) e Observatório do Turismo de Mato Grosso do Sul produziu estudo para descobrir o perfil e as exigências dos usuários no Estado.
No total, foram realizadas 4 pesquisas com viajantes que circulam pelo Estado, que mostram a percepção do usuário, a motivação dos deslocamentos, os pontos fortes e as necessidades de melhorias no sistema. O resultado dos estudos será determinante para tomadas de decisão e criação de políticas públicas, que estão sendo discutidas no workshop “Pensando o Transporte Turístico em MS”, realizado em Campo Grande, para debater melhorarias nas condições da oferta do serviço em todo o Estado.
A pesquisa que retrata o cenário apontou que 83% dos viajantes entrevistados utilizam veículos particulares para chegar ao Estado. Outros 65,1% utilizam avião; 27,3% ônibus; 7,8% carro alugado; 7,6% vans de excursão; 5,3% aplicativo de mobilidade urbana; 3,9% moto; 2,6% bicicleta e 1% veículos da empresa. Cabe ressaltar que o percentual da pesquisa ultrapassa os 100%, pois a pergunta permitia mais de uma opção.
Nas viagens dentro do Estado, o cenário também não foi favorável ao transporte de ônibus intermunicipal. Dos 578 entrevistados, 80,1% declararam que utilizam carro próprio e apenas 29,6% são adeptos ao ônibus de linha. Outros 17,3% pegam carona em carro de parentes, 12,3% utilizam vans de turismo e 7,6% alugam carros.
Questionados especificamente sobre a frequência na utilização de ônibus interestadual para lazer em Mato Grosso do Sul, 52% afirmaram que não utilizam ônibus para viagem de lazer. Outros 26% responderam que utilizam eventualmente, 8% usam pelo menos uma vez ao ano, 6% duas vezes ao ano, 4% utilizam quatro vezes ao ano, 2% uma vez por mês.
Para tentar mudar esse cenário na utilização de transporte interestadual, foram traçadas propostas inovadoras no workshop estadual. As autoridades discutiram a implantação de linhas regulares diretas da Capital para cidades turísticas, a interligação entre aeroporto e terminais rodoviários e a definição mais clara entre o serviço.
“O turismo vende a nossa imagem aqui e lá fora, traz divisas para Mato Grosso do Sul. Então, temos que tratar com carinho, temos que melhorar o transporte público também nessa área. Vamos aproveitar essa oportunidade inédita de dialogar”, destacou o diretor-presidente da Agepan, Carlos Alberto de Assis.
Avaliaçãodo transporte público – No comparativo do grau de satisfação entre os usuários do transporte de ônibus rodoviário, o preço e horários foram os que apontaram um maior atrativo e grau de satisfação. O custo foi apontado como vantagem competitiva em relação aos demais meios de transporte. Dos entrevistados 89% avaliaram que o atendimento prestado pelas empresas de ônibus é bom ou ótimo. Outros 10,9% acham regular ou péssimo.
Em relação ao valor das passagens, 53% consideram que está de acordo. Outros 27% consideram alto e 14% acham muito alto. Em relação à quantidade de horários de partidas oferecidos pelas empresas 58% estão satisfeitos, 16% pouco satisfeitos, 11% muito satisfeito e 6% insatisfeitos.
Sobre a qualidade dos veículos como conforto, limpeza e estrutura dos ônibus, dois comparativos foram completamente diferentes. No primeiro cenário, 58% estão satisfeitos, 16% estão muito satisfeitos, 15% estão pouco satisfeitos e 6% insatisfeitos. No outro cenário, 41,8% se disseram insatisfeitos, 26,8% estão insatisfeitos e 12,4% declaram estar muito insatisfeitos.
Perguntados sobre o que estimularia a utilização do transporte interestadual de ônibus em Mato Grosso do Sul, 55,50% citaram que o custo-benefício seria o maior atrativo, 46,40% prezam pela qualidade no serviço, 38%,10 exigem linhas diretas sem paradas, 28,40% citaram horários diversificados e 16,80% afirmaram que nada fariam trocar a modalidade de transporte. Apenas 2,30% utilizam ônibus de viagem frequentemente.