Polícia pedirá quebra de sigilo bancário de taxista assassinado
Trio de amigos disse que queria apenas roubar a vítima, mas situação saiu do controle e houve desentendimento
A Polícia Civil de Mato Grosso do Sul pedirá a quebra de sigilo bancário para saber o valor que foi roubado do taxista Devanir da Silva Santos, de 35 anos, assassinado a tiros na cidade de Ribas do Rio Pardo, distante cerca de 98 quilômetros de Campo Grande. Alan Rodrigues da Silva, de 24 anos, Gabriel Filipe Lima Felix, de 28, e Zico José da Silva, de 35 anos, são os homens presos pelo latrocínio.
Em coletiva de imprensa, na manhã desta sexta-feira (14), o delegado de Ribas, Felipe Braga, junto a equipe da Garras (Delegacia Especializada de Repressão a Roubos a Bancos, Assaltos e Sequestros), repassaram informações acerca da investigação, que ainda está em andamento. O caso causou comoção na cidade interiorana, onde Devanir era conhecido e querido.
Desaparecimento - Devanir foi chamado para uma corrida, na terça-feira (11), e a partir de então, não deu mais notícias. Os familiares estranharam e acionaram a polícia, que passou a investigar o desaparecimento do taxista. Neste ínterim, o carro de Devanir, um Toyota Corolla, foi visto rodando pelas ruas da Capital, e também foram feitas transferências bancárias suspeitas, segundo o delegado Felipe.
Diante das informações, Braga pediu apoio da Garras, que tem sede na Capital, para ajudar nas diligências. O Corolla foi encontrado abandonado na Vila Santa Dorotheia e a partir daí, os suspeitos também foram localizados. Isso porque, testemunha viu os três discutindo para saber onde iriam se esconder.
Zico estava escondido em um hotel da Avenida Afonso Pena e com ele, a polícia encontrou uma arma calibre 38. Depois de mais diligências, os policiais chegaram a localização de Gabriel, na cidade de Ribas, e Alan, no Bairro Universitário, na Capital. Os três confessaram que haviam matado Devanir.
Como agiram - Interrogados, os três amigos confessaram o crime e disseram que a intenção era apenas roubar Devanir. "Queriam tirar dinheiro de qualquer forma", disse o delegado Guilherme Scucuglia, titular da Garras.
Eles pediram a corrida e no trajeto, anunciaram o assalto. Contudo, houve desentendimento entre os suspeitos e a vítima, conforme a polícia. O motivo desse desentendimento não foi informado durante a coletiva desta manhã.
Foi então que Devanir foi levado a uma área afastada de Ribas do Rio Pardo, um matagal, onde foi morto a tiros. Foram três disparos, que atingiram a cabeça, mão e perna da vítima, que também estava amarrada pelas mãos com um enforca-gato. No carro da vítima, localizado em Campo Grande, a polícia também encontrou enforca-gato.
Apesar de o delegado Felipe Braga afirmar que houve transferências bancárias suspeitas, a polícia só terá informações sobre valores depois que a Justiça autorizar a quebra de sigilo bancário. "Eles teriam informações de que a vítima teria valores disponíveis", disse o delegado Scucuglia.
Alan, apontado como atirador que matou o taxista, já tem passagem pelo mesmo crime no Paraná. Gabriel e Zico não possuem ficha criminal, segundo a polícia. Os três serão indiciados por latrocínio, ocultação de cadáver e posse ilegal de arma de fogo. Eles passarão ainda por audiência de custódia, sendo que a polícia já representou pela prisão preventiva dos três. A defesa de Gabriel já se manifestou pedindo liberdade provisória.
Cortejo - O adeus ao taxista aconteceu nesta sexta-feira (14) e contou com um cortejo pelas ruas até o local de sepultamento. A reportagem entrou em contato com os familiares, mas eles estão muito abalados e não quiseram conversar com a imprensa.
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