Programa cria "semáforo" para endurecer ou flexibilizar ações contra covid em MS
Com cruzamento de indicadores, municípios serão monitorados semanalmente e subsidiados pelo governo para tomada de decisões
Como um semáforo, o Prosseguir (Programa de Saúde e Segurança na Economia) vai classificar os municípios de Mato Grosso do Sul em escala que vai de risco extremo a baixo risco para o novo coronavírus. A iniciativa do governo estadual vai definir recomendações de endurecimento ou flexibilização das medidas de enfrentamento à pandemia de acordo com o diagnóstico de cada município.
O programa foi dissecado em transmissão ao vivo nesta terça-feira (30) pelos secretários de Estado de Governo e Gestão Estratégica (Segov), Eduardo Riedel; Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar (Semagro), Jaime Verruck; e Saúde, Geraldo Resende.
Pela classificação apresentada, as macrorregiões de Dourados e de Corumbá já se enquadram como de risco alto, sinalizado pela cor vermelha. Com cruzamento dos indicadores de saúde com a realidade econômica, a recomendação do governo estadual é de que apenas atividades consideradas essenciais e de baixo risco sejam liberadas.
O patamar vermelho fica uma casa acima do risco extremo, de cor preta. Nestes casos, apenas os serviços essenciais devem funcionar, segundo metodologia do Executivo estadual, desenvolvida em parceria com a OPAS (Organização Panamericana de Saúde), braço continental da OMS (Organização Mundial de Saúde).
A cor preta aponta para restrições similares a de um lockdown. Rio Brilhante, com 326 casos confirmados de covid-19, está sob regime de fechamento do comércio por 14 dias.
Segundo Verruck, o município de Rochedo serviu como laboratório para implementar o Prosseguir. Na sexta-feira (26), após tratativas com Semagro e SES, ficou definido o fechamento do frigorífico instalado na cidade, que emprega 800 funcionários e registrou surto de novo coronavírus.
Ontem, depois de novas conversas com secretários estaduais, a prefeitura de Rochedo decidiu pelo fechamento das atividades não essenciais.
As macrorregiões de Campo Grande e de Três Lagoas estão pintadas em laranja, ou seja, têm risco médio para a pandemia. Uma evolução leva ao patamar tolerável, de cor amarela. O ideal é atingir o risco baixo, ilustrado pela cor verde.
Eixos - O Prosseguir vai se guiar por três pilares básicos: Saúde, Economia e Recomendações de flexibilização.
O primeiro item prioriza o diagnóstico dos municípios em Vigilância Epidemiológica, serviços de Saúde e populações vulneráveis. Indicadores como quantidade disponível de leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva), número de testes e evolução dos casos de SRAG (Síndrome Respiratória Aguda Grave) norteiam os segmentos. Cada item terá peso diferente, que, somados, chegam ao percentual de 100%.
Na Economia, os critérios usados são classificação das atividades, recomendações de restrição ou flexibilização e matriz de recomendações para as empresas.
As atividades econômicas serão divididas por cores - verde, amarelo e vermelho -, de acordo com suas naturezas. Quanto maior for a probabilidade de contato entre pessoas, aglomerações e rede de relacionamentos, mais arriscada ela é.
A primeira recomendação é salvar vidas. A partir da Saúde, tentar manter empregos”, resumiu Jaime Verruck.
Acompanhamento - O programa é monitorado por um Comitê Gestor, formado colegiado de secretarias. O grupo vai se reunir uma vez por semana para análise e avaliação dos indicadores.
O governo vai publicar atualização do mapa de monitoramento todas as semanas. Cada município será informado de seu diagnóstico, tanto poder público como empresariado, para guiar a tomada de decisões.