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Cidades

Relatório inconclusivo compromete investigação sobre abate de onça

Comandante da PMA diz que a probabilidade é que tenha sido ação de morador local, mas não há autoria definida

Silvia Frias | 13/05/2021 09:57
Carcaça da onça foi encontrada no dia 29 de maio por equipe do IHP (Foto/Divulgação)
Carcaça da onça foi encontrada no dia 29 de maio por equipe do IHP (Foto/Divulgação)

Relatório enviado pela PMA (Polícia Militar Ambiental) à PF (Polícia Federal) de Corumbá, a 420 quilômetros de Campo Grande foi inconclusivo para autoria do abate da onça pintada fêmea encontrada na Serra do Amolar no início do mês.

Porém, o comandante da PMA em MS, tenente-coronel José Carlos Rodrigues, diz que a probabilidade é que tenha sido ação de morador local, provavelmente ribeirinho, por conta do tipo do calibre encontrado no corpo do animal.

A carcaça da onça foi encontrada no dia 29 de maio na área da RPPN (Reserva Particular de Patrimônio Natural) Penha, na Serra do Amolar, por equipe do IHP (Instituto Homem Pantaneiro), órgão gestor da área.

A investigação ficou ao encargo da PF que foi até o local com um policial militar ambiental. Na carcaça, foi encontrado um projétil de arma calibre 22. Em estado avançado de decomposição, a carcaça foi enterrada no local.

O comandante da PMA disse que duas equipes foram escaladas para monitorando na área, para auxiliar nas investigações da PF.  "O relatório foi inconclusivo para autoria do tiro que matou a onça", disse. Segundo ele, a apuração foi prejudicada pelo lapso temporal, entre o abate e o dia que o animal foi encontrado, já em putrefação. Porém, ainda conforme o comandante, tudo indica que tenha sido ação de morador local, de menor poder aquisitivo, por conta do tipo de arma usada.

A reportagem entrou em contato com a PF, mas ainda não conseguiu contato com delegado responsável pela investigação.

Procura – A morte do animal causou preocupação na equipe do IHP, com receio de ser ação de caçadores. Porém, a carcaça foi encontrada com patas, cabeças e dentes, normalmente, partes levadas como troféus em caça tradicional.

A preocupação também era com o estado de saúde de Joujou, a onça pintada macho rastreada que, naquele período, estava sem sinal de localização havia 3 dias. Posteriormente ele foi encontrado na margem oposta do rio, já longe do local onde a carcaça estava.

Segundo o presidente do IHP, coronel Ângelo Rabelo, ainda não foi possível fazer contato visual mas, pelo rastreamento, indica que está saudável, por andar cerca de 5 a 6 quilômetros por dia.

Joujou foi resgatado no ano passado, com severas queimaduras nas patas, decorrentes dos incêndios no Pantanal. Depois dois meses de tratamento intensivo no Cras (Centro de Reabilitação de Animais Silvestres), a onça foi devolvida à natureza no dia 21 de janeiro deste ano.

A onça é monitorada por uma coleira que a cada hora emite um sinal, capturado pelo satélite e retransmitido ao software, que é feito por GPS e sinal VHF.

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