Suspensão de contratos já atinge 21 mil trabalhadores em Mato Grosso do Sul
Grande parte é do setor do comércio, que estima pelo menos 36 mil suspensões somente na Capital

Dados do Governo Federal indicam que 21 mil trabalhadores em Mato Grosso do Sul tiveram o contrato de trabalho suspenso e já conseguiram o Bem (Benefício Emergencial de Preservação do Emprego e da Renda). A suspensão, conforme prevê medida provisória, é de 90 dias.
Entre elas, estão as grandes redes de lojas de departamento, como Renner, Riachuelo, C&A e Pernambucanas, que anunciaram o fechamento em todo Brasil durante a pandemia do novo coronavírus. Em Campo Grande, conforme apurou o Campo Grande News, tais estabelecimentos já amanheceram hoje de portas fechadas.
Além dessas, empresas menores e locais estão procurando os sindicatos de empregados para formalizar as suspensões e também as reduções de jornada de trabalho e de salários, estabelecidas na MP 936. Em todo Brasil, já são 3,5 milhões de empregos preservados, segundo o Ministério da Economia.
Mas vale ressaltar que a quantidade de suspensões, principalmente no setor do comércio, já deve ser maior, uma vez que tanto a SECC (Sindicato dos Empregados do Comércio de Campo Grande) quanto a Fetracom (Federação dos Trabalhadores do Comércio de Mato Grosso do Sul) estão “abarrotadas” de pedidos de suspensão sendo analisados.
Na Capital, presidente do SECC, Carlos Sérgio dos Santos, avalia que dos 45 mil trabalhadores do setor, a suspensão do contrato de trabalho tenha alcançado 80% deles, o que corresponde a 36 mil. “Ainda estamos fazendo o levantamento total, porque estamos recebendo esses pedidos ainda”, disse.
Em suas palavras, os empresários estão desesperados e grande maioria, ao invés de optar pela redução de carga horária e salários dos funcionários, estão optando por suspender o contrato.
Entre as demissões do comércio, apenas 300 ocorreram até o momento, em uma concessionária de carros de Campo Grande. “O empresário que pensa a longo prazo, vê que é melhor suspender o contrato do que demitir, porque sabe que lá na frente vai precisar desses trabalhadores”, avalia.
Falando sobre a paralisação dos serviços das grandes redes de departamento, o presidente da Fetracom, Douglas Rodrigues Silgueiro, afirma que elas, em sua maioria, optaram pela suspensão dos contratos, o que foi confirmado pelo presidente do SECC. Em todo Estado são cerca de 60 mil trabalhadores no comércio.
Otimismo – Santos acredita na recuperação do setor e em seu avanço ainda maior quando a pandemia passar. Ele avalia que esse momento é de aprendizado e que existe capacidade e mão de obra eficiente para fazer o comércio crescer.
“Eu acredito que temos potencial e que esse momento vai passar para que possamos crescer mais. Vamos ter crescimento maior e melhor que em anos anteriores”, avalia.
Para o Dia das Mães, data mais esperada da categoria, como mostrou o Campo Grande News, a expectativa também é boa, apesar do momento de pandemia.
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